Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
A maior produtora mundial de salmão, Mowi ASA, poderá parar de comprar soja brasileira 28 de agosto de 2019 | 21:50

Maior produtora mundial de salmão ameaça parar de comprar soja brasileira

economia

A maior produtora mundial de salmão, Mowi ASA (MOWI.OL), poderá parar de comprar soja brasileira para ser usada na sua produção se o País não coibir o desmatamento. O anúncio foi feito pela empresa norueguesa nesta quarta-feira, 28. As queimadas na floresta tropical brasileira aumentaram neste ano, enquanto as proteções ambientais foram cortadas, provocando uma reação internacional contra o presidente Jair Bolsonaro e a sua administração. “O tratamento dado à Amazônia é inaceitável. A Mowi terá que considerar a possibilidade de procurar outras fontes de matéria-prima a menos que a situação melhore”, disse Catarina Martins, diretora de sustentabilidade da empresa. A companhia, que espera vender cerca de 430 mil toneladas de salmão neste ano, é também uma grande produtora de alimento para peixes. “As fontes da Mowi (de soja) vêm de fornecedores certificados, e podemos garantir que nossos fornecedores não estão ligados a desmatamento ou violações de direitos humanos”, acrescentou Catarina. “No entanto, é importante que nós e todos que compram bens do Brasil digam claramente que a floresta tropical deve ser preservada e a situação atual é inaceitável”, apontou. Nesta quarta-feira, chegou a ser divulgado que marcas internacionais como Timberland, Kipling e Vans teriam intenção de suspender as compras de couro do Brasil. Mais tarde, o presidente do Centro das das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), José Fernando Bello, negou que a suspensão vá ocorrer, diferentemente de carta assinada pelo próprio dirigente. A suspensão teria sido aventada por causa da repercussão internacional das queimadas na Amazônia e da possível associação dos incêndios com a atividade pecuária na região. A Noruega também está no centro da polêmica brasileira depois da suspensão da doação de recursos para o Fundo Amazônia, em razão das mudanças propostas pelo ministro Ricardo Salles. O ministro disse que o país explora petróleo no Ártico e caça baleia, atribuindo às atividades passivo ambiental que a descredenciaria como crítica à situação brasileira.

Estadão Conteúdo
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