Foto: Fernanda Chagas
Emiliano José, jornalista e ex-deputado estadual 15 de agosto de 2019 | 18:46

Emiliano defende Rui sobre não querer se envolver nas eleições internas do PT

salvador

O jornalista e ex-deputado estadual Emiliano José, defendeu o governador Rui Costa (PT) que, na sua visita à Câmara Municipal de Salvador, disse que não se envolverá nas eleições internas do PT. Para ele, é uma decisão acertada do comandante do Executivo estadual em não se envolver. Emiliano disputa a presidência estadual do PT na chapa “Renova PT: democracia e luta #LulaLivre”, liderada por Éden Valadares, chefe de gabinete do senador Jaques Wagner.

“O governador age como militante comum, ele não pretende certamente se envolver nas disputas que até têm sido muito serena, tranquila”. Ele tem responsabilidade com a Bahia toda e com todas as forças políticas do Estado”, disse o ex-deputado em entrevista ao site Política Livre, ressaltando que não sabe se também disputará algum cargo nas próximas eleições em 2020.

As declarações foram dadas, na noite desta quinta-feira (15), durante o lançamento do segundo volume da biografia do político baiano Waldir Pires, que acontece no Palácio Rio Branco, na Praça Municipal. Nesta nova edição, Emiliano retrata os fatos a partir 1979, abordando a candidatura de Waldir ao Senado em 1982, sua atuação na construção do MDB e na campanha das Diretas Já, a eleição para o governo da Bahia em 1986, e a renúncia para disputar as eleições presidenciais de 1989. Também são destacadas a eleição e reeleição para deputado federal nos anos 1990, e o último cargo público ocupado por ele na carreira política, com o mandato de vereador na Câmara Municipal de Salvador, concluído em 2016, até a morte de Waldir, em 2018, aos 91 anos.

“Embora seja um personagem baiano, Waldir é daqueles homens que prestaram uma grande dignidade à vida política como cimento da civilização, que dizia que sem política nós vivemos uma barbárie. Fez a luta aqui na Bahia desde a juventude, secretário de Estado aos 24 anos no governo Régis Pacheco, depois deputado estadual, líder do governo Balbino, deputado federal, um dos fundadores da Universidade de Brasília (UNB), participante decidido do governo Goulart, o exílio forçado, que infelicitou a nação por 21 anos, no Uruguai, na França e no próprio Rio de Janeiro. E o retorno em 1979, quando início o segundo volume, com a retomada das oposições e a extraordinária vitória de 2006 [quando o ex-presidente Lula assumiu o poder]”, destacou o jornalista.

Ainda na entrevista ao Política Livre, Emiliano fez questão de destacar que Waldir nunca abandonou a vida política até terminar como vereador da cidade do Salvador. “Todo mundo dizia como ele iria ser vereador depois de ter sido tudo o que foi e ele dizia: ‘não faço carreira política, eu quero continuar servindo o meu povo’”, relembrou o biógrafo, ressaltando que se Waldir estivesse vivo estaria estarrecido com o momento que o Brasil vive hoje diante do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). “Esse novo governo está praticando tudo contrário àquilo que Waldir defendeu, que eu defendo. É um governo da barbárie mais absoluta, da antipolítica, da não convivência e da não civilização”.

Fernanda Chagas e Raiane Veríssimo
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