Foto: Marcos Corrêa/PR
O presidente Jair Bolsonaro e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo 15 de agosto de 2019 | 19:15

Em reação a bloqueio, Bolsonaro diz que Noruega mata baleia e não tem nada a oferecer ao Brasil

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O presidente Jair Bolsonaro criticou nesta quinta-feira (15) a Noruega e sugeriu que o país europeu envie para o reflorestamento da Alemanha o montante que não será mais enviado para o Fundo Amazônia. Em entrevista à imprensa, após evento militar, ele se referiu à Noruega como um país que “mata baleia” e “explora petróleo” e que não tem nada a oferecer ao Brasil neste momento. Nesta quinta-feira (15), o ministro norueguês do Clima e Meio Ambiente, Ola Elvestuen, anunciou suspensão do repasse de cerca de R$ 133 milhões. Segundo ele, o Brasil está quebrando o acordo para redução do desmatamento. “A Noruega não é aquela que mata baleia lá em cima, no Polo Norte, não? Que explora petróleo também lá? Não tem nada a oferecer para nós. Pega a grana e ajuda a [chanceler alemã] Angela Merkel a reflorestar a Alemanha”, disse. A Noruega seguiu a decisão da Alemanha que, no sábado (10), também informou que suspenderá parte do financiamento de proteção ambiental para o Brasil. No mesmo tom adotado contra a Noruega, Bolsonaro sugeriu que a Alemanha refloreste seu próprio país. “Eu fico surpreso em ver a Angela Merkel e sua ministra do Meio Ambiente anunciando isso. Como se o país dela fosse algum exemplo para o mundo na questão de preservação ambiental, bem como na geração de energia limpa”, disse o brasileiro. O presidente disse ainda que o interesse dos países europeus não é em ajudar a floresta amazônica, mas em explorar a sua riqueza e exercer soberania sobre ela. Segundo ele, a “imagem péssima” do país no exterior se deve à subserviência a países desenvolvidos. “A imagem péssima que o Brasil tinha [no exterior] era a subserviência a essas potências. Elas não estão de olho na floresta amazônica, querem a sua soberania e a sua riqueza. Isso eu falo na Câmara dos Deputados desde 1991. Nós, na floresta amazônica, temos coisas que o resto do mundo não tem mais. E o pessoal está de olho nisso”, disse. Ele lembrou ainda de sua participação no encontro do G20, no Japão, quando foi cobrado pela chanceler alemã e pelo presidente francês, Emmanuel Macron, a adotar políticas de preservação ambiental. “Não tem prazer maior que você chegar na reunião do G20, representando o seu país sem dever nada para ninguém. E ali você expor o que você tem de falar, da forma como falei educada com Merkel e Macron, dizendo que o Brasil está sob nova direção”, afirmou. Recentemente, o desmatamento na Amazônia tem crescido de modo acentuado. A destruição em junho aumentou 88% e em julho 278% —em comparação a junho e julho de 2018—, segundo dados do Deter do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Pelo aumento no desmatamento, a Alemanha anunciou ainda que vai suspender mais de R$ 150 milhões.

Folhapress
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