Foto: Fernanda Chagas/Política Livre/Arquivo
Rui Costa: resistência a ficar sem mandato a partir de 2022 para manter base coesa e lançar Jaques Wagner à sua sucessão 27 de agosto de 2019 | 10:35

Debate sobre sucessão de Rui já é maior no PT do que o da eleição em Salvador

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Uma declaração do líder do governo na Assembleia, deputado Rosemberg Pinto (PT), ontem a este Política Livre, assegurando que o senador Jaques Wagner é seu candidato à sucessão do governador Rui Costa (PT), em 2022, mostrou em que estágio se encontra esta discussão no partido que comanda a Bahia há 13 anos.

Pode se dizer que o debate sobre o que vai acontecer daqui a três anos é muito maior, mais acalorado e mobilizador das forças internas e de lideranças do petismo na Bahia do que o que ocorrerá em 2020 em Salvador, cujo interesse arrefeceu na sigla desde que conquistou o governo pela primeira vez, em 2006.

Aliado a Wagner numa estratégia para assumir o controle do PT nas próximas eleições internas da legenda, previstas para outubro, Rosemberg respondia a nota do site dizendo que ele próprio pensava em se candidatar ao governo. O parlamentar não só negou o fato, como antecipou seu voto para candidato à sucessão estadual no partido.

A manifestação do deputado poderia ter passado despercebida não acumulasse ele a função de líder, no Legislativo baiano, do governador Rui Costa (PT), cujos planos para 2022, segundo se comenta em seu partido, não passariam pelo apoio ao ex-padrinho político e senador petista.

Segundo estas mesmas fontes, Rui teria concluído que seria hora de concorrer ao Senado e passar o bastão a um aliado – o nome mais lembrado por ele próprio seria o do hoje senador Otto Alencar (PSD), em cujas chances eleitorais não acreditaria – com o único propósito de voltar em oito anos, a partir das eleições de 2022.

Mas Wagner, também de acordo com as mesmas fontes, acha que o governador precisa concluir seu mandato até o fim com o objetivo de manter as forças aliadas coesas para viabilizar seu retorno ao governo, mesmo que isso custe a Rui ficar fora de um cargo eletivo até as eleições de 2026.

Afinal, foi exatamente o estratagema que Wagner adotou para viabilizar a primeira eleição do petista em 2014. Encerrou seu mandato de governador, criando as condições para que o PT indicasse Rui à cabeça e acomodasse o PP, com João Leão, e o PSD, de Otto Alencar, na chapa, modelo repetido com sucesso desde então.

Petistas com os quais este Política Livre conversou ontem dizem que seus correligionários tendem a negar, de forma peremptória, a existência de qualquer conflito entre o governador e o senador petistas sobre a sucessão de 2022 numa estratégia para evitar o enfraquecimento do partido.

Mas apontam como prova em contrário a decisão de Wagner de, assumindo grande risco político, disputar o controle da legenda, algo com que nunca se preocupou mesmo quando era apenas um deputado em busca de espaço para poder ser indicado a disputas majoritárias na agremiação.

Soberania e vergonha

Além de ter dado oportunidade para questionamentos à soberania nacional ao fazer pouco caso dos desmatamentos na Amazônia e demonstrar que é incompetente para guardar um dos maiores tesouros naturais da humanidade, Jair Bolsonaro (PSL) mostrou à toda comunidade internacional como trata as mulheres.

O país, que é muito maior que seu presidente, não pode abrir mão de sua soberania nem do controle do seu território, mas é impossível não ficar ao lado do líder francês Emmanuel Macron quando ele diz que o Brasil deveria se envergonhar de seu mandatário maior, entre outras razões, pelos insultos dirigidos à sua mulher.

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