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11 de agosto de 2019 | 21:30

Cardeais atacam sínodo e miram Papa Francisco

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As críticas de cardeais alemães ao Instrumento de Trabalho do Sínodo para a Amazônia e indiretamente ao papa Francisco deverão tumultuar o encontro em Roma, de 6 a 27 de outubro. A reunião de alguns dos principais nomes da Igreja Católica, já alvo de críticas políticas, também vira palco do confronto interno em relação ao atual pontificado. O prefeito emérito da Congregação para a Doutrina da Fé (1912-1917), Gerhald Muller, de 71 anos, e seu colega Walter Brundemuller, de 90 anos – um dos signatários da carta Dubia, que pede esclarecimentos sobre a exortação apostólica Amoris Laetitia, na qual se discutem situações como a comunhão dos divorciados -, disseram que o documento sobre o Sínodo contém heresia, estupidez e apostasia.

No livro recém-publicado Römische Begegnungen (Encontros em Roma em livre tradução), Muller acusa o papa Francisco de trabalhar pela dissolução da Igreja. No texto, há amplas críticas a aproximações com “política” e “intrigas”, além de falas sobre uma secularização da Igreja ao modelo protestante. São amplas as queixas, por exemplo, à celebração dos 500 anos da Reforma (em 2017), que teve em seu final a presença do pontífice.

O cardeal-arcebispo emérito de São Paulo, D. Cláudio Hummes, presidente da Comissão Episcopal Especial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e nomeado pelo papa relator-geral do sínodo, não comentou ao Estado as críticas dos cardeais alemães ao Instrumento de Trabalho. Mas seu pensamento está em uma entrevista concedida ao padre Antonio Spadaro, diretor da Civiltà Cattolica, e publicada agora no semanário alemão Stimmen der Zeit. Para Hummes, o foco da próxima reunião está em criar “uma Igreja indígena para as populações indígenas” e “inculturada”. Ele ainda destaca que o evento responde a um desejo do papa Francisco, sobre o qual conversavam – e “rezavam” – desde 2015.

Estadão
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