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Imagem enviada a Veja por um dos membros da SSS: os terroristas já praticaram três atentados a bomba em Brasília 19 de julho de 2019 | 10:09

Grupo terrorista revela plano para matar Bolsonaro, diz revista

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Há seis meses a Polícia Federal (PF) procura os integrantes de um grupo terrorista que já praticou pelo menos três atentados a bomba em Brasília e anuncia como seu objetivo mais audacioso matar o presidente da República Jair Bolsonaro. A informação foi publicada na manhã desta sexta-feira (19) pela revista Veja. O veículo informa que entrevistou nas duas últimas semanas um dos líderes da Sociedade Secreta Silvestre (SSS), que se apresenta como braço brasileiro do Individualistas que Tendem ao Selvagem (ITS), uma organização internacional que se diz ecoextremista e é investigada por promover ataques a políticos e empresários em vários países. O terrorista identifica-se como “Anhangá”. Por orientação do grupo, o contato foi feito pela deep web, uma espécie de área clandestina da internet que, irrastreável, é utilizada como meio de comunicação por criminosos de várias modalidades. O líder garante que o plano para matar Bolsonaro é real e começou a ser elaborado desde o instante em que o presidente foi eleito. Anhangá contou a Veja que o grupo planejava executar o presidente no dia da posse. “Vistoriamos a área antes. Mas ainda estava imprevisível. Não tínhamos certeza de como funcionaria”, explicou à Veja o terrorista. O máximo que ele revelou aos jornalistas do veículo sobre si é que é do sexo masculino, tem entre 20 e 30 anos, está em Brasília e é “um radical defensor da natureza”. Já com as vidas humanas, não demonstra a mesma preocupação. Segundo ele, o presidente é um “estúpido populista” que “falha com sua segurança” e anda “sem uma proteção adequada”, o que facilita o atentado. “Um ataque a Jair Bolsonaro será sempre uma possibilidade latente. Bolsonaro e sua administração tem declarado guerra ao meio ambiente. Tentamos sempre adquirir explosivos e armas mais potentes. Estudamos semanalmente nossos alvos”. Dias antes da posse de Bolsonaro, a SSS colocou uma bomba em frente a uma igreja católica distante 50 quilômetros do Palácio do Planalto. O artefato não explodiu por uma falha do detonador. No mesmo dia, a SSS postou um vídeo na internet reivindicando o ataque e revelando detalhes da bomba que só quem a construiu poderia conhecer. Nessa postagem, o grupo também anunciou que o próximo alvo seria o presidente eleito, o que levou as autoridades a sugerir o cancelamento do desfile em carro aberto. “Facilmente poderíamos nos misturar e executar este ataque, mas o risco era enorme (…) então seria suicida. Não queríamos isso.” Na ação seriam usados explosivos e armas. “A finalidade máxima seriam disparos contra Bolsonaro ou sua família, seus filhos, sua esposa.” Depois disso, em abril, dois carros do Ibama foram incendiados em um posto do órgão em Brasília e, no local, havia pichações com ameaças de morte ao ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente. Em vídeo, o grupo assumiu a responsabilidade pelo atentado e exibiu o material utilizado durante o ataque, oferecendo provas de que era mesmo o autor do crime. Além de Ricardo Salles, na entrevista ao veículo, o líder do grupo extremista alerta para a existência de um terceiro alvo no governo: Damares Alves, a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos. Espécie de holding internacional dos chamados ecorradicais, o ITS foi fundado em 2011 no México e afirma ter representantes também na Argentina, Chile, Espanha e Grécia. A organização se diz contra tudo o que leva à devastação do meio ambiente e defende o uso de medidas extremas e atos violentos contra os inimigos da natureza (evidentemente tal discurso não tem coerência alguma). Em maio passado, os ecoterroristas do Chile assumiram a autoria de uma carta-­bomba enviada a um empresário. Dois anos antes, em 2017, um artefato similar foi endereçado ao presidente de uma mineradora, que ficou ferido. No México, o ITS reivindicou a autoria de várias explosões em universidades. Uma delas resultou, em 2016, na morte de um pesquisador. No fim do ano passado, o grupo também se responsabilizou por uma bomba deixada próximo a uma igreja ortodoxa em Atenas.

Correio*
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