Foto: João Ramos / Estadão
Jaques Wagner 15 de junho de 2019 | 09:45

Wagner defende incluir estados em reforma da Previdência

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O senador Jaques Wagner (PT-BA) defendeu incluir os estados na reforma da Previdência. O parecer apresentado pelo relator Samuel Moreira (PSDB-SP), nesta semana, na comissão especial, retirou estados e municípios do texto. No entanto, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), já sinalizou que pode voltar caso os governadores declarem apoio à proposta. “É até bom o estado estar dentro na medida em que faz uma coisa geral. Não tem que enfrentar, mais uma vez, todo esse debate”, afirmou Wagner, em entrevista à Globo News. O petista afirmou, ainda, que o seu partido não apoia a proposta porque “não se convidou para estar dentro”. Segundo ele, há uma resistência à matéria porque há “quase uma chantagem com os governadores”. Deputados têm dito que estados e municípios só entram na reforma se os gestores estaduais declararem apoio formal ao texto. Wagner também se mostrou a favor de a reforma aumentar a idade mínima para se aposentar. “Eu acho que fazer atualização da questão da idade sempre será necessária. O problema é que eles propõem na hora do desemprego. Então, todo mundo fica maluco. Não tem nem emprego para continuar trabalhando nem tem a garantia da aposentadoria. É mais ou menos o que fizeram com a reforma trabalhista. Fizeram mil promessas de que criaria 6 milhões de empregos. A reforma trabalhista foi aprovada e o desemprego aumentou”, pontuou. O senador petista criticou as mensagens trocadas entre o ex-juiz federal Sergio Moro, que hoje é ministro da Justiça e Segurança Pública no governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), e o procurador do Ministério Público Federal (MPF), Deltan Dallagnol. “Tem que continuar combatendo a corrupção? Claro. Agora, eu acho que não vale chutar abaixo da canela, como se diz na gíria. Para mim, está claro que havia um conluio entre Ministério Público, que tem que formular a acusação, e o juiz que deveria estar isento para fazer o julgamento. Havia há um tempo uma colaboração entre as duas partes, que contamina o processo todo”, ressaltou. “O combate à corrupção tem que ser uma permanência em busca de transparência. Nenhum brasileiro, nenhum cidadão, quer ver o dinheiro, que paga de imposto, sendo mal usado ou desviado. Fui governador durante oito anos e tenho muito orgulho de dizer que não tenho nenhuma acusação durante o período que fui governador. Isso, para mim, não é nenhum benefício. É uma obrigação de quem está na vida pública. Agora, não sou daqueles que os fins justificam os meios”, acrescentou.

Tribuna da Bahia
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