Foto: Alan Santos/PR
A participação brasileira foi marcada pela estreia do presidente Jair Bolsonaro em meio a pressões 29 de junho de 2019 | 11:51

Em comunicado final, G20 fala em ‘intensificação de tensões comerciais e geopolíticas’

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A cúpula do G20 terminou neste sábado (29) em Osaka, no Japão, com comunicado que reconhece a “intensificação de tensões comerciais e geopolíticas” no mundo e destaca a importância de os países se comprometerem com questões climáticas. O encontro se deu em meio à guerra comercial entre China e EUA e a uma escalada de tensões entre o país americano e o Irã. O grupo, que reúne as 20 maiores economias do mundo, diz que vai se esforçar para criar um ciclo virtuoso de crescimento “levando em conta as desigualdades para que se alcance uma sociedade em que todos os indivíduos possam fazer uso de todo o seu potencial”. Os principais temas debatidos foram divergências sobre comércio e a preocupação com questões ligadas a clima e meio ambiente. Ao final de reunião neste sábado, Donald Trump e o chinês Xi Jinping reabriram as negociações e o governo americano se comprometeu a não elevar tarifas neste momento. A participação brasileira foi marcada pela estreia do presidente Jair Bolsonaro em meio a pressões de líderes europeus sobre a atual política de meio ambiente do Brasil. Antes do encontro, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Emmanuel Macron, dirigiram críticas ao brasileiro. Merkel disse que gostaria de ter uma “conversa clara” sobre desmatamento e Macron ameaçou não firmar acordo comercial entre União Europeia e Mercosul se o Brasil não se comprometesse a permanecer no Acordo de Paris. O clima de tensão foi amenizado após encontros de Bolsonaro com os dois líderes europeus. Ao fim do evento, Macron disse que o comprometimento do Brasil em permanecer no acordo climático foi “a verdadeira mudança” para a conclusão das tratativas entre União Europeia e Mercosul. Em relação a questões climáticas, os Estados Unidos foram o único país a deixar divergência expressa. O comunicado diz que os EUA mantém a decisão de ficar fora do acordo “por ele ser desvantajoso para os trabalhadores e pagadores de impostos americanos”. Eles se apresentam ainda como “o país líder em redução de emissões”. O G20 ainda enfatizou a necessidade de promover recursos para ajudar países em desenvolvimento se adaptarem ao Acordo de Paris. Esse trecho expressa um dos desejos do governo brasileiro sobre a redação final do comunicado. O Brasil pretendia ver incluído no texto um comprometimento do grupo de rever a questão dos subsídios agrícolas, o que não aconteceu. Repetindo cenário do último encontro, o G20 reafirmou o apoio sobre a necessidade de reforma da OMC (Organização Mundial do Comércio). Mas apesar do clima de tensões e disputas comerciais, o texto não faz menção ao termo “protecionismo”. Porém, diz que que os países se esforçarão “para manter os mercados livres e conquistar um ambiente de comércio e investimentos livre, justo, não discriminatório, transparente, previsível e estável”. A Presidência do Japão acrescentou ao comunicado preocupações como envelhecimento populacional e lixo plástico nos mares, temas importantes para o país asiático.As questões de empoderamento das mulheres e dos deslocamentos migratórios também foram apontadas no texto como temas a serem observados pelo grupo.

Folhapress
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