Foto: Política Livre
Sessão da Assembleia Legislativa da Bahia 10 de junho de 2019 | 16:08

Conversas vazadas entre Moro e Dallagnol repercutem entre deputados estaduais

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A troca de mensagens entre membros da força-tarefa Lava Jato e o então juiz Sérgio Moro, hoje ministro da Justiça, repercutiu na sessão da Assembleia Legislativa da Bahia desta segunda-feira (10), apesar de esvaziada com apenas seis deputados em plenário. Como já era de se esperar, os deputados estaduais da base governista saíram em defesa do ex-presidente Lula e defenderam sua imediata soltura da Superintendência da Polícia federal de Curitiba, onde está preso desde o dia 7 de abril do ano passado. O próprio governador Rui Costa criticou logo pela manhã, em seu Twitter, as mensagens vazadas e publicadas pelo site “The Intercept Brasil”. Os deputados Marcelino Galo (PT), Olívia Santana (PCdoB) e Robinson Almeida (PT) defenderam a renúncia de Moro no Ministério da Segurança e do procurador Deltan Dallagnol do Ministério Público Federal (MPF). “Moro, renuncie. Dallagnol, renuncie. E cancele-se essa eleição fraudada. Viva a democracia. Lula livre”, bradou o petista durante discurso na tribuna. “O juiz conduziu e orientou as ações do Ministério Público, com o objetivo de prender o ex-presidente Lula, tirá-lo da jogada. Uma atitude imperdoável, inadmissível. As Cortes brasileiras precisam se pronunciar diante desse fato. Eles deveriam, no mínimo, renunciar”, disse Olívia também em discurso na Casa. “O Brasil ontem ficou estarrecido com as revelações do site The Intercept Brasil que colocou de forma bastante convincentes as mensagens secretas na operação Lava Jato. O site revela que a Lava Jato manipulou a opinião pública, criminalizou o PT e tinha como objetivo prender o presidente Lula. O congresso Nacional tem que convocar uma CPI, o STF tem que fazer justiça e absolver presidente Lula e cancelar todas ações tomadas a partir da Lava Jato. Esse ministro não tem nenhuma condição de continuar nesse cargo”, concluiu o Robinson. Já o líder da Oposição, deputado estadual Targino Machado (DEM), foi mais cauteloso, assim como o prefeito ACM Neto que também se pronunciou sobre o caso mais cedo. Durante coletiva para lançar uma operação contra o trabalho infantil na capital baiana, o presidente nacional do DEM se limitou a dizer que o conteúdo das conversas vazadas não devem impactar no julgamento do ex-presidente Lula e ainda ser cedo para falar em eventual demissão de Moro no Ministério da Justiça. “Não estou convencido a respeito da culpabilidade nem do ministro e nem do procurador ainda. É preciso que todas as mensagens sejam analisadas sob pena de pecarmos no pré-julgamento. Mensagens podem ter sido descontextualizadas e qualquer um está sujeito a isso, pode ficar refém disso. Ninguém é réu sem direito a defesa, como consta na Constituição Federal. até que se prove. Acredito que precisamos de um pouco de cautela. Seja quem for – o magistrado, o procurador, o presidente da República ou governador – que pague pelo seu erro e que a pena seja absolutamente proporcional ao erro”, opinou o democrata em aparte ao discurso do deputado Robinson.

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