21 de junho de 2019 | 21:02

Coadjuvantes se aliam e embaralham disputa por cargos na UE

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Não bastassem a (todos querem crer) iminente saída britânica da União Europeia (UE), o estremecimento da relação com os EUA sob Donald Trump e a voracidade comercial chinesa, o bloco de 28 países mais uma vez se vê às voltas com o bem-me-quer, mal-me-quer franco-alemão. Porém, nos bastidores da cúpula de líderes desta semana, em Bruxelas, alguns coadjuvantes articularam para desviar os holofotes da queda de braço entre Paris e Berlim. Querem pesar mais na definição da nova elite de dirigentes europeus, principal pauta do encontro –que acabou sem acordo. Uma nova cúpula foi marcada para 30 de junho. Estão em aberto os cargos de presidentes de Comissão Europeia (braço executivo), Conselho (colegiado que reúne presidentes e premiês dos 28 membros), Banco Central e Parlamento europeus, além do de alto representante para política externa. Enquanto Emmanuel Macron e Angela Merkel tentam emplacar seus preferidos, chefes e vice-chefes de governo de Espanha, Itália e Hungria tentam “comer pelas beiradas” e projetar sua influência sobre a cena continental. Um líder saudado em casa que deve tentar aumentar seu raio de influência é o ultraconservador Viktor Orbán, premiê da Hungria. Catapultado pela marca expressiva obtida por seu partido, o Fidész, no pleito europeu (52%), ele vai fazer o possível para ampliar o alcance de seu discurso hipernacionalista, anti-imigração e de confrontação com as elites econômicas e intelectuais não adesistas. Nada indica que vá lograr algo além de uma pasta inexpressiva na comissão. O Fidész está suspenso do Partido Popular Europeu (PPE; centro-direita), principal força no Parlamento, por causa das sucessivas investidas de Orbán contra o estado de direito.

Folhapress
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