23 de junho de 2019 | 20:00

Candidatura de bilionário cresce e vira surpresa das eleições no Uruguai

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Um bilionário de 38 anos bagunçou a eleição presidencial uruguaia. Nas últimas semanas, Juan Sartori vem crescendo nas pesquisas e tirando a vantagem do então favorito Luis Alberto Lacalle Pou pela vaga de candidato do Partido Nacional nas primárias do dia 30. Sartori é admirador de Donald Trump e de Jair Bolsonaro e aposta que os ventos populistas também soprem no Uruguai. A eleição uruguaia está marcada para 27 de outubro. Embora a governista Frente Ampla lidere com 36% das intenções de voto, a sensação é a de que o próximo presidente sairá das prévias do conservador Partido Nacional. Historicamente conhecidos como “blancos”, eles estão em segundo com 29%, o suficiente para disputar o segundo turno e atrair o voto da oposição ao desgastado governo de centro-esquerda, há 15 anos no poder.

Em janeiro, Sartori esteve com Bolsonaro no Fórum Econômico de Davos. “Tire a esquerda de lá”, recomendou o brasileiro. Latifundiário, dono do Sunderland, time de futebol inglês, e marido de Ekaterina Rybolovleva, filha de um magnata russo, Sartori faturou US$ 50 milhões com a venda de maconha legalizada no governo de José “Pepe” Mujica e retornou ao Uruguai depois de 25 anos vivendo no exterior com um objetivo: ser presidente. Ele se apresentou como candidato, apesar de nunca ter sido membro do Partido Nacional, e está confiante que derrotará o favorito Lacalle Pou. “Tenho minhas próprias pesquisas que dizem que vou ganhar.” As chances de vitória dos esquerdistas da Frente Ampla esbarram no desgaste dos últimos 15 anos, no aumento da criminalidade e na estagnação econômica, que favorece o discurso populista de Sartori.

Estadão
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