01 de junho de 2019 | 13:00

Bolsonaro torce para que argentinos elejam presidente de centro-direita, diz ‘La Nacion’

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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou, em uma extensa entrevista publicada hoje pelo jornal argentino La Nacion, estar na torcida para que o país vizinho vote em um presidente de centro-direita nas eleições que ocorrerão em 27 de outubro e salientou que “Brasil e Argentina não podem voltar à corrupção”. “Nós torcemos para que o povo argentino eleja um candidato de centro-direita, como fez o Brasil e também Paraguai, Chile, Peru e Colômbia”, declarou. “A Argentina e o Brasil não podem voltar à corrupção do passado, uma corrupção desenfreada pela busca ao poder. Contamos com o povo argentino para eleger bem seu presidente em outubro”, afirmou. A afirmação foi uma crítica indireta à candidatura à vice-presidência de Cristina Kirchner, antiga aliada dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Cristina também é a principal oponente do presidente argentino no poder, Mauricio Macri, a quem Bolsonaro tem simpatia. A entrevista foi concedida no Palácio do Planalto aos jornalistas argentinos. O La Nacion abriu a reportagem mencionando que Bolsonaro assumiu o poder há cinco meses, mas sofre com a retração da economia, a popularidade erodida e dificuldades para dar andamento à sua agenda no Congresso. Além disso, o jornal classifica o presidente brasileiro como um ex-militar que não mede as palavras, nem as consequências de seus atos, aparentando preferir o ataque como principal defesa. Na entrevista, Bolsonaro contou que viajará para a Argentina na próxima semana, acompanhado de vários ministros, para discutir detalhes finais do acordo em discussão entre o Mercosul e a União Europeia. “O acordo vai estimular nossas economias. Temos consciência de que podemos perder algumas coisas, mas, em termos gerais, será muito bom. E vamos tratar de outras medidas de cooperação bilateral também”, afirmou.

Estadão
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