Foto: Dida Sampaio / Estadão
Flávio Bolsonaro 22 de maio de 2019 | 06:59

Promotoria cruza quebra de sigilo de Flávio Bolsonaro e Queiroz com imagens de bancos

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Os dados da quebra de sigilos bancário e fiscal do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), de Fabrício Queiroz e de outras pessoas e empresas ligadas ao filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro e seu ex-assessor de confiança serão confrontados com imagens das agências onde foram feitos saques e depósitos e com documentos obtidos pelo Ministério Público do Rio. O objetivo é identificar o valor total desviado, a destinação do dinheiro e todos os envolvidos na suposta organização criminosa suspeita de peculato e lavagem de dinheiro, que teria funcionado no antigo gabinete de deputado estadual do Rio ocupado por Flávio de 2003 a 2018. As imagens dos sistemas internos de segurança das agências bancárias onde Queiroz movimentou dinheiro foram requisitadas pelo Ministério Público, antes do pedido de quebra dos sigilos fiscal e bancário aceito pela Justiça do Rio. As imagens ajudarão na identificação de mais elementos de prova sobre as supostas operações de lavagem identificadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O órgão registrou diversas comunicações de operações financeiras suspeitas na conta de Queiroz, após informes do setor de compliance do banco. Entre elas, “centenas de depósitos e saques em espécie realizados de forma fracionada” somando um “volume enorme” de recursos movimentados em 2016 e também 2017. De janeiro a dezembro de 2016, a conta no banco Itaú aberta por Queiroz na agência Personnalitê Freguesia, próximo de sua residência no Rio, movimentou R$ 1,23 milhão – créditos e débitos. Os dados são do relatório de inteligência financeira – o RIF, como é conhecido – número 27746.3.50.3670 do Coaf, que o Estadão revelou existência em dezembro. O documento inicialmente anexados à Operação Furna da Onça, que investiga esquema de “mensalinho” entre deputados do Rio, deu origem à apuração que tem Flávio e seus ex-assessores como alvos. Os depósitos em dinheiro vivo representam cerca de um terço do total de R$ 605.652,00 que entrou na conta. Os saques na boca do caixa representam a metade do valor que saiu da conta – a outra parte saiu por transferências, pagamentos de títulos, como tributos e boletos diversos, além de pagamentos de R$ 41.930,00 em cheques, entre eles o de R$ 24 mil para a primeira-dama Michele Bolsonaro, que era assessora parlamentar à época. Queiroz é figura central da investigação do Grupo de Atuação Especializada de Combate à Corrupção (Gaecc). Policial militar aposentado, foi assessor, motorista e segurança de Flávio entre 2007 e 2018, quando Flávio Bolsonaro era deputado na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

Estadão
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