Foto: William Widmer/The New York Times
Mike Rawlings, prefeito de Dallas, é do partido Democrata 10 de maio de 2019 | 17:45

Prefeito de Dallas diz ‘discordar fortemente’ de Bolsonaro, mas ‘respeitar povo brasileiro’

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“Se eu não posso ser bem recebido em Nova York, seremos no Texas.” Foi assim que o presidente Jair Bolsonaro anunciou a deputados federais, nesta semana, que viajaria a Dallas para receber uma homenagem agendada anteriormente para ocorrer em Nova York – a participação ali foi cancelada após críticas feitas a Bolsonaro pelo prefeito da cidade, Bill de Blasio. A mudança de endereço, no entanto, não será acompanhada de elogios do prefeito local. Em manifestação enviada ao Estado, por meio de nota, Mike Rawlings afirmou que “discorda fortemente de algumas das posições declaradas do presidente Bolsonaro”. A diferença é que Rawlings – que, assim como de Blasio, é do Democrata, partido de oposição ao governo de Donald Trump – não pretende atuar contra a visita de Bolsonaro à cidade que governa. “Eu tenho um grande respeito pelo povo brasileiro e não vou me envolver em uma disputa política pública com nenhum líder democraticamente eleito”, declarou. O jantar de gala para premiar a personalidade do ano promovido pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos continua marcado para acontecer em Nova York, no dia 14, antes da chegada de Bolsonaro, mas ainda tendo o presidente brasileiro como o homenageado principal. Não há informação, até agora, se representantes da entidade terão agenda com o presidente brasileiro em Dallas para simbolizar a deferência ao brasileiro. Até o momento, as informações divulgadas sobre a agenda oficial não incluem compromissos relacionados ao prêmio. Bolsonaro passará apenas dois dias em Dallas – dias 15 e 16 de maio. Não está prevista a presença de Rawlings em nenhum dos eventos dos quais o presidente brasileiro deve participar. Na quinta-feira, 16, Bolsonaro será recebido no World Affairs Councils of Dallas em um encontro com lideranças empresariais e integrantes da sociedade civil. Em nota, o CEO da instituição, Jim Falk, afirmou que o evento tem por objetivo oferecer aos membros do grupo a possibilidade de ouvir pessoas em posição chave no mundo. “Estamos ansiosos para ouvir o presidente do maior país do hemisfério sul e o quinto maior país do mundo”, afirmou.

Estadão
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