Foto: Luana Bernardino/GovBA/Arquivo
Governador Rui Costa também dá sinais de que pode ir de Guilherme Bellintani 23 de maio de 2019 | 10:42

Mais uma pista na direção de Bellintani, por Raul Monteiro*

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Aliados do governador Rui Costa para os quais a conquista da Prefeitura de Salvador em 2020 é muito mais importante do que o nome ou o partido no grupo liderado por ele que venha a sair vitorioso gostaram de ouvir de sua própria boca que o eventual candidato a prefeito que apoiará não precisa necessariamente ser do PT. Especialmente para o time próximo a Rui e à direção do PT que aposta no nome de Guilherme Bellintani para a disputa, não teria sido necessária sinalização mais clara de que, nos bastidores, o governador está afinado com o projeto de eleição do presidente do Esporte Clube Bahia ao Palácio Thomé de Souza.

Não deve ter sido por acaso que Bellintani teria avançado, nos últimos dias, nos contatos com os partidos da base em busca de definir sua filiação. A preferência é por uma legenda mais à esquerda, o que tornaria o apoio do governador a ele mais palatável, principalmente para a ala mais radical da militância petista, e as chances de ele escolher o PSB, controlado na Bahia pela deputada federal Lídice da Mata, cresceram exponencialmente, ainda que qualquer decisão neste sentido, conforme o que deixou claro para as lideranças da sigla, Bellintani só pretenda tomar, de fato, no princípio do próximo ano.

A muito provável opção pelo PSB ocorre depois de uma extensa rodada de conversas que o presidente do Esporte Clube Bahia teve com vários partidos da base do governador, nas quais expôs sua decisão de disputar a Prefeitura de Salvador e explicou a decisão de procurar um partido do campo governista, apesar de ter surgido na vida pública como secretário, primeiro de Turismo e depois de Educação, do prefeito ACM Neto (DEM). A todos ele teria argumentado que, além de se identificar com o projeto da esquerda, desenvolveu o sonho de trabalhar pela cidade e rapidamente percebeu que, no lado do prefeito, a escolha já tinha sido feita.

Para os aliados de Rui que participam do projeto-Bellintani, como a ele têm se referido tanto seus apoiadores quanto seus críticos, o governador tem deliberadamente procurado evitar expor abertamente quais são seus planos para 2020, porque considera que ainda é cedo, mas vem dando sinais internamente de que considera fundamental ganhar a Prefeitura para o grupo de ACM Neto. Rui avaliaria que, sem a presença de um representante de Neto como Bruno Reis no comando da capital baiana, poderá tomar decisões com muito mais tranquilidade com relação à própria sucessão, em 2022, momento considerado crucial para todo o time que hoje lidera, exatamente por que será necessário escolher um outro nome para comandá-lo a partir de então.

A estratégia explicaria sua decisão de até agora não ter chamado para uma conversa sobre a sucessão municipal as principais lideranças eleitorais do seu grupo em Salvador, entre as quais se destacam a deputada Lídice e os deputados federais Bacelar (Podemos) e Pastor Sargento Isidório (Avante), além da deputada federal Alice Portugal (PCdoB), todos – mas especialmente Bacelar e Isidório – campeões de votos nas eleições do ano passado na capital baiana. Afinal, há consenso na classe política de que, do lado do governo, a disputa em Salvador passará necessariamente por eles.

* Artigo do editor Raul Monteiro é editor publicado na edição de hoje da Tribuna.

Raul Monteiro*
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