06 de maio de 2019 | 17:19

Economia com Previdência não pode repetir proposta de Temer, afirma Meirelles

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O ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, fez um alerta nesta segunda-feira (6) aos que acreditam que a desidratação da atual reforma da Previdência possa entregar uma economia equivalente à tentada pelo governo Michel Temer. Meirelles pilotou a proposta do ex-presidente, que acabou emperrada após as denúncias de corrupção contra Temer. O ministro observou que a sua proposta, que prometia uma economia de R$ 480 bilhões em dez anos, era menos abrangente que a atual. “Naquela vez, nós fizemos por etapas. Na primeira etapa, incluímos apenas os trabalhadores urbanos e os servidores civis”, disse Meirelles. “Na medida em que esta proposta está tentando fazer a reforma de todos os setores de uma só vez, a diminuição muito grande do efeito fiscal seria arriscada no sentido de não chegar ao número que não resolva o problema”. A atual proposta, comandada pelo ministro Paulo Guedes (Economia), promete uma economia de R$ 1,2 trilhão em dez anos, envolvendo também trabalhadores rurais, militares e servidores estaduais. Mas o texto sofre pressão de setores do parlamento que querem a retirada de pontos considerados controversos, como o atraso de 65 anos para 70 anos da aposentadoria integral de idosos em situação de miséria e a alteração das regras de aposentadoria rural. As projeções de analistas do mercado financeiro dão conta de que a economia ficará entre R$ 600 bilhões e R$ 900 bilhões, o presidente Jair Bolsonaro já sinalizou de que trabalha com, pelo menos, R$ 800 bilhões. Meirelles viveu na pele a negociação com parlamentares pela reforma. Naquele momento, Temer optou por deixar de fora os servidores dos estados. Dessa vez, Meirelles afirma que o engajamento dos governadores vai ocorrer em razão da crise vivida pelos estados.

Folhapress
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