Foto: Manu Dias/Arquivo/GovBa
Senador Jaques Wagner é a esperança dos partidos aliados para montar uma chapa competitiva para 2020 09 de maio de 2019 | 08:09

Aliados querem Wagner liderando escolha para 2020, por Raul Monteiro*

exclusivas

As forças aliadas a Rui Costa (PT) gostaram de ouvir esta semana o senador Jaques Wagner (PT) dizendo que sugeriria ao governador reunir seu Conselho Político para tratar da sucessão municipal de 2020, especialmente em Salvador. Na prática, acreditam que Wagner fez um primeiro movimento no sentido de começar a liderar os debates com vistas às próximas eleições no campo do governo, o que não deixa de trazer algum alento ante o silêncio completo de Rui sobre o tema, mesmo no âmbito restrito de conversas bilaterais com políticos.

Por que a prerrogativa de convocar o Conselho é exclusiva do governador, a idéia de Wagner, lançada durante a convenção que o PSD realizou em Salvador para reeleger o vereador Edvaldo Brito como seu presidente municipal, ganhou ainda mais significado. Ela mostraria, na visão das forças que integram a coalizão governista, que o senador petista, desde sempre considerado o maior cérebro político de todo o grupo do governo, está preocupado com a inexistência de um debate a cerca de como os partidos aliados tratarão o tema.

Para eles, Wagner compactua com a avaliação geral de que empurrar com a barriga a discussão sobre quem deve assumir a cabeça de chapa do time governista contra o candidato do prefeito ACM Neto (DEM) é o mesmo que cometer um suicídio político. Isso porque o virtual nome que Neto deverá colocar na disputa, o do seu hoje vice-prefeito e secretário de Infraestrutura, Bruno Reis (DEM), já trabalha dia e noite, incansavelmente, como é do seu conhecido perfil, para se tornar conhecido na cidade e viabilizar sua eleição.

Do outro lado, a despeito da estrutura e do grande número de partidos que apóiam o governo, no entanto, não se ouve palavra da parte dos seus principais líderes sobre o assunto, o qual já foi tratado diretamente pelo governador como algo prematuro, num verdadeiro banho de água fria sobre aqueles, inclusive no PT, que ensaiavam colocar seus nomes para apreciação. A princípio, o movimento de Wagner, amparando uma retomada dos entendimentos inter e intrapartidários sobre a sucessão, indica dois caminhos.

O primeiro deles é o de que o senador tem verdadeiro interesse em que o debate amadureça e aponte na direção da construção de uma candidatura com potencial de vitória, o que pode favorecer o nome até aqui tratado como o seu preferido, representado pelo presidente do Esporte Clube Bahia, Guilherme Bellintani. O segundo é o plano de que, ao invés de se fracionarem em torno de várias candidaturas, os partidos consigam chegar a um consenso sobre um único nome, condição melhor para que se comece a trabalhá-lo desde já.

* Artigo do editor Raul Monteiro publicado na edição de hoje da Tribuna.

Raul Monteiro*
Comentários