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Ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) 23 de maio de 2019 | 14:00

Alckmin aponta facada em Bolsonaro como vilã de sua derrota

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O ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) considera que a facada sofrida por Jair Bolsonaro (PSL) durante a campanha eleitoral de 2018 como fator central para sua derrota, a pior já sofrida por um tucano em disputa pela Presidência.
“A campanha começou com o PT se vitimizando e acabou com ele [Bolsonaro] se vitimizando até o fim”, afirmou o tucano. “Eu estava subindo e ele, caindo. Só no dia da facada, ele teve 22 minutos de Jornal Nacional”, disse, quando o adversário sofreu o atentado em Juiz de Fora, em 6 de setembro. A rara manifestação pública do ex-governador foi dada ao responder uma questão em debate promovido pelo Pensamento Nacional das Bases Empresariais na Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, em São Paulo. “[A facada] foi o fato superveniente da eleição”, disse ao ser questionado qual havia sido o “maior empecilho” na disputa. Naquele ponto em 2018, a corrida eleitoral entrava em sua segunda semana de propaganda gratuita de rádio e TV. Alckmin havia amealhado apoio maciço, como oito partidos unidos ao PSDB e o maior tempo de publicidade, e de fato a facada em Bolsonaro embaralhou as cartas, já que todos os candidatos suspenderam suas atividades. Estrategistas do PSDB, ao avaliar a campanha em que o candidato ficou em quarto lugar no primeiro turno com 4,76% dos votos, concordam parcialmente com a avaliação. A facada teve peso central para eles, mas há dúvidas se o tucano conseguiria convencer um eleitorado fortemente inclinado à rejeição do sistema político a apoiá-lo. Alckmin evitou criticar diretamente Bolsonaro. Repetiu seu bordão atribuído a Santo Antônio de Pádua que já usou para criticar o desafeto João Doria (PSDB): “Se não puder falar bem, não diga nada”. Instado por um debatedor se isso valia também para o hoje governador paulista, ele riu e disse que era “uma casca de banana”.

Folhapress
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