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A líder religiosa Makota Valdina 19 de março de 2019 | 16:50

Vereadores lamentam morte de Makota Valdina

salvador

Os vereadores de Salvador lamentaram a morte da educadora e líder religiosa Makota Valdina, aos 75 anos, ocorrida na madrugada desta terça-feira (19). O falecimento foi lembrado no Plenário Cosme de Farias com um minuto de silêncio, requerido pelo vereador Marcos Mendes (PSOL). Diante da perda, a sessão ordinária foi suspensa pelo presidente Geraldo Júnior (SD), a pedido do vereador Luiz Carlos Suíca (PT), sob a justificativa de que os legisladores pudessem comparecer ao sepultamento, às 15h30, no Cemitério Jardim da Saudade. Considerada referência da resistência negra, a educadora exercia liderança religiosa no Terreiro Angola Tanusi Junsara, localizado no Engenho Velho de Brotas. Para a vereadora Marta Rodrigues, líder do PT na Câmara, a morte de Makota Valdina deixará uma lacuna na luta contra o racismo. “Makota foi fundamental na nossa história para o combate do racismo religioso e pelo respeito ao Estado laico. Makota sempre foi uma voz ativa na nossa luta, onde todos buscavam apoio e referências”, comentou Marta. “Makota Valdina é uma referência cultural, que possuía um trabalho de resgate histórico e reconhecimento da contribuição africana para a formação da cultura brasileira. Seguimos o seu legado para que, como ela mesma dizia: ‘negros e negras sejam sujeitos da sua própria história’”, frisou o vereador Sílvio Humberto (PSB). Segundo ele, além da atuação religiosa, Makota desenvolveu trabalhos educacionais a fim de promover o resgate e preservação do patrimônio cultural afro-brasileiro, “incluindo a luta contra a intolerância religiosa, a qual persegue negros e negras candomblecistas até os dias atuais”. A vereadora Aladilce Souza (PCdoB) destacou a postura firme e a capacidade pedagógica de Makota. “A sua trajetória de vida é marcada por uma dedicação às causas populares, à luta contra o racismo e a intolerância religiosa, afirmando de maneira altiva a sua identidade de mulher negra e de Axé. Combinava a humildade e altivez dos sábios”, definiu. Por sua contribuição ao movimento negro, Makota ganhou várias condecorações, com destaque para o Troféu Clementina de Jesus (Unegro), Troféu Ujaama, Medalha Maria Quitéria e Mestra Popular do Saber, pela Fundação Gregório de Matos.

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