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Ex-deputado Carlos Geilson estaria num mato sem cachorro: apesar da promessa até hoje não foi indicado a nada por Rui Costa 28 de março de 2019 | 11:11

Resistência a Geilson pode estar emperrando conclusão da reforma de Rui Costa

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Deputados governistas colocam na conta do compromisso assumido com o ex-deputado Carlos Geilson pelo governador Rui Costa (PT) para indicá-lo a um órgão do Estado a demora na definição dos cargos de segundo e terceiro escalão do governo.

O acerto teria sido feito na campanha ao segundo turno das eleições presidenciais de 2018, quando Geilson abandonou a oposição pela qual havia perdido a disputa pela reeleição – ele estava então filiado ao PSDB – para deputado estadual.

O deputado marchara na campanha ao lado do candidato do DEM a governador, José Ronaldo. O objetivo de Rui era cavar votos em Feira de Santana, reduto do parlamentar, para o presidenciável petista Fernando Haddad e abrir uma fenda no núcleo oposicionista liderado pelo DEM no município, do qual Geilson era um dos pontas de lança.

Iniciada a reforma administrativa, a condição de Geilson de ex-deputado e recém-egresso da oposição, no entanto, estariam dificultando sua indicação pelo governador.

A liderança do governo na Assembleia captou sinais entre partidos da base de insatisfação ante a possibilidade da nomeação de Geilson dada a decisão anunciada por Rui de não aceitar a indicação de ex-deputados ou candidatos derrotados para a máquina estadual.

Figurariam na lista nomes como os de Luiz Augusto e Roberto Britto, do PP, e de Angelo Almeida, do PSB. “Se Rui não aceita indicar um ex-deputado do nosso lado como pode indicar um ex-deputado que ainda por cima foi recém-convertido ao governo”, questiona um parlamentar na Assembleia.

Apesar da discrição com que tem se mantido, sem dar uma declaração a respeito da situação, Geilson passos a ser cobrado intensamente pelas bases em Feira em torno de sua indicação ao governo.

A oposição também ironiza sua condição de novo aliado do governo que não obteve nenhum retorno com a decisão de abandonar o grupo original. Enquanto isso, a resistência à sua indicação cresce em vários setores na Assembleia.

“Geilson é um cara excelente, foi um extraordinário parlamentar de oposição e ótimo colega de todos aqui, mas o princípio de não nomear ex-deputados derrotados deve valer para todos”, acrescenta um deputado da base, indicando que vai haver resistência ao seu nome.

Entre as mais insatisfeitas estaria a bancada do PP na Casa, já que teve dois indicados ao governo vetados por Rui. “Não vamos aceitar Geilson nem nenhum outro candidato derrotado”, revela um parlamentar do partido pedindo sigilo da fonte.

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