Foto: Alan Santos/PR
O ex-presidente Michel Temer 21 de março de 2019 | 19:15

Procurador afirma que grupo de Temer movimentou R$ 1,8 bilhão em propinas

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A força-tarefa da Operação Lava Jato afirma que ao esquema atribuído ao ex-presidente Michel Temer (MDB) foi ‘transferido ou prometido’ R$ 1,8 bilhão em propina até o momento. Temer e o ex-ministro Moreira Franco (Minas e Energia) foram presos nesta quinta-feira, 21. “Esse grupo criminoso que está sendo investigado e foi objeto hoje das medidas cautelares adotava como modus operandi no recebimento de propina o parcelamento dessa propina por vários e vários anos. Todas as propinas que nós identificamos ou que já tenham sido objeto de denúncia ou que estejam em investigação em relação a essa organização criminosa promessa de propina ou propina paga nós somamos e chegamos a essa cifra de R$ 1,8 bilhão”, afirmou o procurador regional da República José Augusto Vagos. “Esse parcelamento de propina também é fundamento para o pedido de prisão e para a prisão efetivamente porque algumas dessas empresas envolvidas, elas permanecem sendo contratadas com órgãos públicos, o que pode denotar ainda propinas previamente acertadas que podem ainda estar sendo pagas ou acertadas para serem pagas mais para frente”. No pedido de prisão, a Lava Jato incluiu uma tabela com três colunas: área de influência, valor de propina paga/prometida ou desviado e situação atual. Na primeira linha, os procuradores ligaram a Usina EPE & J&F ao valor de R$ 720 milhões (R$ 500 mil por semana, durante 30 anos) e à informação ‘interrompida pela deflagração das investigações’. A Lava Jato indicou relacionou ‘Câmara dos Deputados (OAS)’ ao valor de R$ 7,8 milhões. A situação atual, segundo a Procuradoria, é ‘dinheiro em espécie, empresas de fachada, pagamento de boletos, doleiros, crédito em conta no exterior (recebida e ocultada)’. Os investigadores incluíram na tabela o valor de ‘R$ 5,9 milhões (valores comprovadamente recebidos, muito inferiores aos prometidos pelos próximos 70 anos)’ ao Decreto dos Portos. De acordo com o Ministério Público Federal, a situação atual é ‘empresas de fachada, contratos fictícios (parte recebida e ocultada, maior parte a receber)’. A tabela aponta que o somatório de todas as propinas pagas ou prometidas alcançou R$ 1,8 bilhão. “Os valores ilícitos até agora recebidos ou prometidos, além dos desviados, passam, portanto, de R$ 1,816 bilhão, sendo que boa parte desses valores da organização criminosa permanecem ocultos, por meio de ações atuais e permanentes de lavagem, com outros ainda permanecem pendentes de recebimento. Trata-se de fundamento bastante evidente para decretação de prisão preventiva do líder da organização criminosa”, apontou a Lava Jato. Leia mais no Estadão.

Estadão Conteúdo
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