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O dólar subiu 2,65%, atingindo o maior valor em 2019, cotado a R$ 3,90 22 de março de 2019 | 18:00

Incertezas sobre reforma da Previdência levam dólar a atingir maior valor do ano

economia

A Bolsa fechou o pregão desta sexta-feira, 22, em forte queda, de 3,10%, aos 93.735 pontos e o dólar subiu 2,65%, atingindo o maior valor em 2019, cotado a R$ 3,90. Os ativos domésticos tiveram um dia de forte desvalorização por uma conjunção de ambiente externo negativo e temores sobre o andamento da reforma da previdência no Congresso. Os atritos entre o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e um dos filhos do presidente, Carlos Bolsonaro, com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) fizeram com que a cautela entre os investidores aumentasse no último pregão da semana. Com quedas superiores a 4% das ações da Petrobrás e perdas expressivas de papéis do bloco financeiro, o Ibovespa renovou mínimas e perdeu a linha dos 94 mil pontos no final do pregão. No Chile, onde participou da criação do Prosul (Foro para o Progresso da América do Sul), o presidente Jair Bolsonaro disse que não deu motivo para Maia deixar a articulação política para aprovar a reforma da Previdência e que vai conversar com o parlamentar. Bolsonaro também afirmou que, embora lamente o atrito com Maia, não vê nas postagens do filho Carlos motivos para insatisfação por parte do presidente da Câmara. Em uma rede social, Carlos, que é vereador no Rio, publicou que Maia andava “nervoso”, ao comentar o embate entre o parlamentar e Sergio Moro. Ainda nesta sexta-feira, 22, outro filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PLS-RJ) tentou esfriar a temperatura da crise ao postar, em rede social, que o presidente da Câmara “é fundamental para aprovar a Nova Presidência e projetos de combate ao crime”. Segundo o senador, Maia “está engajado em fazer o Brasil dar certo!”. O JPMorgan afirma em relatório a clientes que os eventos recentes elevam chance de atraso ou desidratação da reforma da Previdência, com chances de a economia com as mudanças nas aposentadorias ficarem abaixo dos R$ 700 bilhões estimados pelo banco.

Estadão
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