Foto: Divulgação/Arquivo
Ex-secretário municipal Guilherme Bellintani, atual presidente do Esporte Clube Bahia 25 de março de 2019 | 07:47

Conversas com Rui e PT sobre Bellintani para 2020 avançam, por Raul Monteiro*

exclusivas

Estão muito mais avançadas do que parecem, no governo Rui Costa e no seu PT, as avaliações em torno de uma eventual candidatura do ex-secretário municipal de ACM Neto (DEM) e atual presidente do Esporte Clube Bahia, Guilherme Bellintani, à Prefeitura de Salvador, em 2020, representando o grupo. Bellitani simplesmente cativou as figuras mais importantes da gestão e do partido com seu papo agradável num momento em que o governador e os petistas mais próximos dele se ressentem de uma figura orgânica na legenda e no time de siglas aliadas para fazer o enfrentamento ao sucessor do atual prefeito, nas próximas eleições.

Na prática, a aproximação entre o ex-secretário e a cúpula petista, na qual Rui Costa tem posição de honra, é o típico caso em que se encontram a fome, de um lado, com a vontade de comer, do outro. Com elos de contato permanente com a turma da esquerda que orbita em torno do governo, em especial do petismo, Bellintani sempre avaliou com extrema boa vontade as especulações de que poderia eventualmente se dispor a entrar numa batalha como a da sucessão municipal, principalmente depois de sua primeira experiência como gestor público no governo de ACM Neto. Pesquisas indicando que preenche requisitos para o enfrentamento reforçaram seu nome.

Na verdade, há muito o ex-secretário costuma deixar nas entrelinhas que de alguma forma acalenta o sonho de partir para um desafio maior, como o de governar a cidade. O fechamento das perspectivas no campo do próprio prefeito, que já se decidiu pela candidatura à sua sucessão do vice Bruno Reis (DEM), acabou empurrando naturalmente o seu desejo para a área da oposição a ACM Neto, levado por pontos de conexão como o fato de sua família ser de esquerda e ele próprio ter sempre se apresentado como uma personalidade com convicções ideológicas neste âmbito, confirmadas, em sua avaliação, por posições como a do voto para a Presidência da República em Fernando Haddad.

Comenta-se na cúpula do PT que entre os primeiros políticos com quem Bellintani conversou sobre seu projeto esteve o próprio prefeito, que teria reagido com naturalidade à revelação do seu interesse e à convicção de que o plano seria praticamente impossível de ser partilhado pelos dois. Mas as conversas que realmente importam para transformar sonho em realidade ele teria tido até agora com o governador e figuras com quem tem relação mais direta no PT e no grupo que assessora o petista, os quais teriam deixado os encontros com ele convencidos de que podem, pela primeira vez em 12 anos de petismo na gestao do Estado, apoiar um nome capaz de tomar a Prefeitura para o grupo.

Por enquanto, no entanto, tudo tem sido tratado com absoluta leveza e parcimônia, tanto do lado do virtual candidato quanto do governo e dos petistas interessados na sua candidatura para, como se diz no partido, derrotar o grupo do prefeito, o que tornaria os planos do PT para a sucessão de Rui Costa, em 2022, mais fáceis de serem executados. O primeiro ponto é que a gestão de Bellintani no Bahia acaba no ano que vem e ele pretende concluí-la, deixando um legado, como alega, de 10 anos para o Clube. Segundo, porque ainda procura um partido pelo qual concorrer, o qual, dado o grau evolutivo das conversas e espiritual dos parceiros, não deve ser o PT.

* Artigo do editor Raul Monteiro publicado na edição de hoje da Tribuna.

Raul Monteiro*
Comentários