Foto: Luis Robayo/AFP
O líder opositor e autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó 04 de março de 2019 | 15:46

Com risco de ser preso pelo regime chavista, Guaidó retorna à Venezuela

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O líder opositor e autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, chegou ao país nesta segunda-feira, 4, sob o risco de ser preso pelo regime chavista por desafiar uma proibição judicial. Ele foi recebido por dezenas de partidários e embaixadores no Aeroporto Internacional de Maiquetía. “Acabamos de passar pela imigração e seguiremos para onde está o nosso povo. Entramos como cidadãos livres, que ninguém nos diga o contrário”, escreveu ele no Twitter. “Seguimos nas ruas, seguimos mobilizados. Estamos aqui na Venezuela. Estamos aqui mais fortes”, declarou Guaidó, enquanto seus simpatizantes gritavam “Guaidó, Guaidó”. Guaidó convocou a população para uma mobilização nacional nesta segunda. Vestidos de branco, com bandeiras da Venezuela, centenas de apoiadores se concentraram em uma praça do leste da capital. Ao chegar ao local, ele disse à população que “Maduro não pode deter este povo bravo que se mantém nas ruas”. “Apesar das ameaças e dos grupos armados (…), há medo? Não vai ser por meio de ameaças que vão nos deter”, afirmou o líder opositor. O presidente interino convocou uma nova marcha para o sábado 9 com o objetivo de redobrar a pressão contra o governo de Nicolás Maduro. “No sábado continuamos nas ruas, toda a Venezuela volta às ruas. Não ficaremos nem um segundo tranquilos até conseguir a liberdade”, ressaltou. Ele ainda fez um apelo ao Exército para “deter” os coletivos armados que participaram dos confrontos do dia 23 de fevereiro. “Exigimos justiça ante nosso povo. Ser cúmplice por omissão também é ser cúmplice. Chega de impunidade”, disse Guaidó. Antes do retorno do líder opositor, o governo havia reforçado a segurança em todo o país e no Aeroporto Internacional de Maiquetía, de acordo com informações do portal de notícias Infobae. “No terminal de aviação geral há funcionários da inteligência militar e do Sebin (serviço secreto venezuelano). Pensamos que era por causa do carnaval, que sempre exige a presença de mais funcionários, mas a volta de Guaidó deixou o ambiente sob tensão. Há muita desconfiança entre civis e militares”, disse uma fonte ligada aos funcionários do aeroporto, segundo o Infobae. “Nossa missão é insistir, persistir até alcançá-lo e resistir aos últimos esforços inúteis de quem sabe que está de saída. Venezuela, vamos todos, vamos juntos, que enquanto estivermos unidos nada poderá nos deter”, escreveu o líder opositor no Twitter. No domingo, Guaidó fez uma transmissão ao vivo nas redes sociais e apresentou um balanço de sua viagem por cinco países da América do Sul: Colômbia, Brasil, Paraguai, Argentina e Equador. Segundo ele, foi firmada uma “coalizão” internacional em favor da democracia. “As opções de recuperação econômica estão sobre a mesa. Isso está acompanhado da mobilização cidadã e do povo venezuelano”, destacou.

Estadão Conteúdo
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