18 de março de 2019 | 20:20

Brasil e México assinam acordo de livre comércio de veículos entre os países

economia

Brasil e México assinam nesta segunda-feira, 18, acordo que garante o livre-comércio automotivo entre os países. A informação foi confirmada pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). No governo, fontes do ministério da Economia também confirmaram a medida, segundo apuração do Estadão/Broadcast. A informação já circulava na tarde desta segunda-feira, antes da comunicação oficial à Anfavea, que preferia manter um sistema de cotas entre os países, alegando desvantagens competitivas do Brasil em relação ao México. O novo regime entre Brasil e México substitui o até então vigente, com prazo para expirar nesta terça-feira, 19. Segundo o tratato, renovado pela última vez em 2015, os países se comprometiam com cotas máximas de exportação e importação, que cresciam a cada 12 meses. Nos últimos 12 meses, entre março de 2018 e março de 2019, a cota foi de US$ 1,704 bilhão para cada país. Atualmente, o volume importado pelo Brasil do México está 14% abaixo do que prevê a cota atual. A mudança no acordo, segundo analistas, só deve ter impacto sobre o mercado quando a atividade econômica acelerar. Por enquanto, a mudança para o livre comércio valerá apenas para automóveis e comerciais leves, com a inclusão dos caminhões e ônibus a partir do ano que vem. O acordo também prevê que, a partir desta terça, o índice de conteúdo regional (peças fabricadas em cada um dos países usadas nos carros) passa a ser de 40%. Hoje, o índice é menor e varia a depender da peça. Uma outra fonte do ministério da Economia afirma também que o acerto entre os dois países servirá para pressionar a Argentina a aceitar também o livre comércio para o setor automotivo com o Brasil, porque os carros produzidos no México, em geral, são de maior valor agregado, perfil semelhante ao do carro importado da Argentina. O acordo atual com os argentinos vai até junho de 2020 e prevê que, para cada US$ 1 importado da Argentina em veículos e autopeças, US$ 1,5 pode ser exportado pelo Brasil para lá. O Ministério da Economia deve divulgar entre esta segunda e terça-feira uma nota com os detalhes das novas condições do acordo entre Brasil e México. As conversas entre os dois países demoraram para começar porque os dois governos são comandados por presidentes recém-empossados, Jair Bolsonaro, no cargo desde o início de janeiro, e Andrés Manuel López Obrador, empossado no início de dezembro do ano passado.

Estadão Conteúdo
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