Foto: Renan Olaz
Marielle Franco 22 de março de 2019 | 06:56

Boato sobre Marielle mistura Siciliano, Mangueira e assessora da vereadora

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Um boato que circula no WhatsApp e compartilhado também nas redes sociais cita informações falsas ao divulgar uma foto (verdadeira) em que a vereadora assassinada Marielle Franco (PSOL-RJ) aparece ao lado do também vereador Marcello Siciliano (PHS-RJ), que chegou a ser apontado no ano passado como suspeito no caso Marielle. O texto afirma que Siciliano seria “um dos assassinos” da vereadora do PSOL, morta em março do ano passado no centro do Rio. Apesar de ele ter sido apontado por um delator como suspeito do crime em maio de 2018 — informação divulgada em reportagem do jornal ‘O Globo’ —, a hipótese perdeu força depois que a Polícia Civil prendeu, no dia 12 de março deste ano, dois suspeitos de terem executado o assassinato: Ronnie Lessa e Élcio Vieira de Queiroz. Outra alegação do boato diz que Siciliano seria “guarda costas” do presidente da escola de samba Mangueira, que homenageou Marielle no último Carnaval do Rio de Janeiro e foi campeã. Sem citar o nome do presidente, “preso por crimes diversos”, o texto provavelmente se refere a Chiquinho da Mangueira (PSC-RJ), afastado do cargo na escola e do mandato de deputado na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) após ser preso em novembro de 2018. Chiquinho foi um dos alvos da Operação Furna da Onça, deflagrada a fim de apurar a participação de deputados do Rio em um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e loteamento de cargos no Estado. Os relatórios de movimentações bancárias suspeitas do agora senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) foram revelados no âmbito da mesma operação. Não há nenhum indício de que Siciliano teria sido “guarda costas” de Chiquinho. O reduto eleitoral do vereador é na zona oeste do Rio. O morro da Mangueira está localizado na zona norte da cidade. O boato no WhatsApp cita ainda que as digitais da assessora de Marielle apareceram no carro utilizado no crime, o que é verdade. No entanto, o delegado da Divisão de Homicídios da capital, Giniton Lages, explicou que ela tocou a porta porque havia pedido uma corrida em um aplicativo e confundiu as características do veículo usado pelos criminosos.

Estadão
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