Foto: Marcos Souza/Estadão
João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus deixa a Delegacia Estadual de Investigações Criminais 16 de janeiro de 2019 | 19:36

João de Deus no banco dos réus pela segunda vez

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A juíza da comarca de Abadiânia, Rosângela Rodrigues Santos, recebeu, na tarde desta quarta-feira (16), mais uma denúncia oferecida pelo Ministério Público de Goiás contra o médium João de Deus. Desta nova denúncia constam 13 vítimas, sendo que, destas, cinco estão relacionadas a casos que não prescreveram. Segundo a denúncia, uma das vítimas abusada por João de Deus quando tinha apenas 8 anos de idade e, depois, foi molestada novamente pelo médium quando estava com 13 anos. De acordo com os promotores, outras oito vítimas do médium são citadas nesta segunda ação penal, mas a apuração referente a estas pessoas já prescreveu porque os fatos ocorreram há muitos anos. O Ministério Público arrolou essas pessoas como testemunhas na denúncia. Além de testemunhos, entre as provas juntadas estão fotos, documentos, presentes e até comprovantes de recebimento “em espécie de benesses”. Os crimes citados na nova denúncia teriam acontecido entre os anos de 1990 e 2018, quando as vítimas – dos Estados Goiás, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, Maranhão, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Distrito Federal – tinham idade entre 8 e 47 anos na época dos fatos. Para justificar o novo pedido de prisão, a promotoria defende que a medida tem o objetivo de preservação das vítimas de eventuais represálias “físicas e espirituais”. João de Deus foi interrogado ontem pelos promotores dentro do Complexo Penitenciário de Aparecida de Goiânia, onde ele está preso desde o dia 16 de dezembro. Na última quarta, 9, o médium virou réu por estupro de vulnerável e violência sexual mediante fraude, depois que a juíza Rosângela Rodrigues dos Santos, da Comarca de Abadiânia, aceitou a primeira denúncia do Ministério Público, que o acusou de ter cometido os crimes contra quatro vítimas. Também na semana passada, a Polícia Civil de Goiás indiciou o médium e sua mulher, Ana Keyla Teixeira, por posse ilegal de armas. Na ocasião, o médium também foi indiciado por violação sexual mediante fraude por um crime que teria sido cometido há três anos contra uma vítima de São Paulo. De acordo com os promotores de Goiás, o Ministério Público já recebeu 688 contatos sobre o médium, dos quais foram identificadas 300 vítimas.

Estadão Conteúdo
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