Foto: Dida Sampaio/Estadão
O ex-ministro Geddel Vieira Lima 17 de janeiro de 2019 | 14:00

Empresário diz à Justiça que recebeu R$ 300 mil de Geddel em dinheiro vivo

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O empresário Luiz Fernando Machado Costa, acusado de lavagem de dinheiro em negócios imobiliários, relatou à Justiça, durante interrogatório, ter recebido pagamento de R$ 300 mil em dinheiro vivo como parcela de um dos investimentos que o ex-deputado e ex-ministro Geddel Vieira Lima fez em empreendimentos imobiliários. O empresário investia em imóveis em parceria com os Vieira Lima e é réu no caso dos R$ 51 milhões encontrados em um apartamento em Salvador em setembro de 2017 – episódio que levou Geddel à prisão. O ex-ministro continua preso. No último dia 9, em manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Procuradoria Geral da República pediu a manutenção da prisão e a condenação do ex-ministro a 80 anos de prisão. Procurado pelo site G1, o advogado de Geddel, Gamil Föppel, afirmou que as respostas às acusações feitas pelo empresário já estão no processo que tramita no Supremo Tribunal Federal. Ele não quis fazer comentários específicos sobre o interrogatório. A TV Globo teve acesso ao vídeo do interrogatório ao Supremo Tribunal Federal, feito por videoconferência na Justiça Federal da Bahia, em outubro. No depoimento, o empresário deu novos detalhes sobre os pagamentos. Disse que recebeu R$ 300 mil em espécie na casa da mãe de Geddel, Marluce Vieira Lima, também ré. “Eram maços de R$ 5 mil a R$ 10 mil”, disse. O empresário afirmou que se tratava de uma parcela do primeiro investimento imobiliário de Geddel e da família feito em parceria com ele, em 2011. Luiz Fernando Machado Costa foi questionado sobre a origem do dinheiro. Ele repetiu o que disse ter ouvido – que os recursos eram provenientes da pecuária das fazendas da família. O empresário foi questionado, então, se não teve medo de sair com tamanha quantia do apartamento da mãe de Geddel. O procurador Hebert Mesquita, da Procuradoria-Geral da República, perguntou: “O sr. ia sozinho buscar esse dinheiro vivo? Não lhe dava preocupação?“. O empresário respondeu: “Eu saía com o dinheiro e ia logo para o banco depositar. O banco é bem próximo”, disse no interrogatório. A Procuradoria acusa Luiz Fernando Machado Costa de lavar “dinheiro sujo “ de Geddel com investimentos imobiliários. Machado Costa disse que sempre recebia os pagamentos dos investimentos imobiliários na casa da mãe de Geddel pelas mãos dela ou de Job Ribeiro, ex-assessor da família Vieira Lima. Ele contou à Polícia Federal que, a pedido de Geddel, do irmão Lúcio Vieira Lima e da mãe dos dois, Marluce Vieira Lima, auxiliou na destruição de anotações, agendas e documentos, e que destruiu papéis relacionados à empresa Cosbat, pertencente ao próprio Luiz Fernando Machado Costa.

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