Foto: Gabriela Biló/ Estadão
Após passar a maior parte da sessão em baixa, o Ibovespa ganhou fôlego na reta final da sessão 03 de janeiro de 2019 | 20:02

Bolsa renova recorde pelo segundo dia seguido e dólar recua a R$ 3,75

economia

Após passar a maior parte da sessão em baixa, em meio a uma realização de lucros, o Ibovespa ganhou fôlego na reta final da sessão, à medida que as ações de Petrobrás e bancos passaram a subir com força. O índice renovou máxima histórica de fechamento pelo segundo dia seguido, ainda influenciado pelo otimismo com o governo Bolsonaro, apesar do exterior negativo. Lá fora, pressionaram os ativos as preocupações quanto a uma desaceleração global, alimentadas pela revisão para baixo na projeção de receita da Apple no primeiro trimestre fiscal. Em Nova York, os índices acionários operavam em queda de mais de 2%. O principal índice da Bolsa fechou em alta de 0,61%, aos 91.564,25 pontos, após ter renovado mínimas e caído até 1,20% na etapa vespertina da sessão. O volume foi de R$ 20 bilhões. No início do pregão, e antes da abertura dos negócios em Wall Street, o Ibovespa ainda renovou a máxima histórica intraday ao alcançar 91.596,28 pontos. “O quadro continua positivo para os ativos de risco, uma vez que prevalece o otimismo com o novo governo”, afirma Rafael Passos, analista da Guide Investimentos. No fim do pregão, as ações da Petrobrás ganharam impulso após discurso de posse do novo presidente da estatal, Roberto Castello Branco, subindo mais de 2%. Além disso, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, informou que num prazo de 100 dias a União e a Petrobras deverão concluir a negociação do crédito devido à estatal pela cessão onerosa de áreas no pré-sal em 2010. Segundo o ministro é certo que a empresa tenha crédito a receber. Papéis de bancos também passaram a subir, e as ações de Itaú Unibanco e Bradesco avançaram mais de 1%. Shin Lai, estrategista da Upside Investor, destaca que exportadoras puxaram a Bolsa para baixo ao longo do dia. “Empresas como Vale, BRF e Suzano sofreram com a forte queda do dólar nesta quinta-feira. Por outro lado, estatais como Sabesp e Eletrobras tiveram fortes ganhos com a expectativa de avanço das privatizações”, comenta. As ações da Vale recuaram 4,09%; Suzano, -5,62%; e BRF, -3,98%. Já Sabesp subiu 7,71% e Eletrobras 5,98% (ON) e 6,01% (PNB). A onda de bom humor que favoreceu os ativos ontem continuou a afetar o comportamento do dólar frente ao real nesta quinta-feira. A moeda americana rompeu o patamar dos R$ 3,80 e fechou o dia cotada a R$ 3,7579, em queda de 1,23%. Além dos fatores domésticos – com expectativas positivas em relação a possíveis medidas econômicas do governo de Jair Bolsonaro –, a queda da divisa ante o real teve impulso na perda global de força do dólar. O segundo dia consecutivo de alta no petróleo também colaborou para fortalecer as moedas de países exportadores da commodity.

Estadão Conteúdo
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