Foto: Fernando Souza/AFP
O candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL) 21 de outubro de 2018 | 08:25

Na semana final, presidenciável do PSL age para não ficar na defensiva

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A campanha do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) estuda mexer na estratégia que havia definido para a última semana da eleição. Após a denúncia de que empresas teriam beneficiado Bolsonaro ao disseminar fake news em massa pelas redes sociais contra Fernando Haddad (PT), aliados mais próximos do deputado reavaliam se ele deve manter o recolhimento confortável, sustentado pelas pesquisas de intenção de voto, ou reforçar os ataques ao PT na internet e por meio de breves discursos. No sábado, 20, Bolsonaro já fez declarações mais enfáticas sobre o caso. Em entrevista no Rio, ele se declarou a favor da imprensa livre e afirmou que “não tem nada a ver” com a denúncia envolvendo fake news. Até então, a cúpula da campanha programava que Bolsonaro passaria a maior parte do tempo descansando e se recuperando das consequências da facada que sofreu no dia 6 setembro em Juiz de Fora. A Procuradoria Geral da República pediu que a Polícia Federal investigue suspeitas de que empresas disseminam mensagens falsas em redes sociais relacionadas tanto a Bolsonaro como a Haddad. O inquérito foi instaurado ontem pela PF. Em outra frente, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) abriu ação para apurar as denúncias de suposto abuso de poder econômico por parte de Bolsonaro na disseminação das fake news. As acusações surgiram quando o candidato já se considerava, como declarou na última quarta-feira, 17, “com a mão na faixa” presidencial. “Esse tipo de contato com bandidos quem tem é o PT, não eu”, disse Bolsonaro. O presidente do PSL, Gustavo Bebianno também falou no sábado sobre as denúncias de fake news. Disse que entrará com um pedido na PGR para que se investigue a denúncia contra Bolsonaro. “Vamos pedir que essa denúncia, que não tem pé nem cabeça, seja apurada até o fim”. Ainda na entrevista, o presidenciável afirmou que pretende fazer uma “excelente reforma política” e voltou a sugerir o fim do instrumento da reeleição e a redução do número de congressistas. “Um presidente não tem autoridade para fazer reforma política. Cada parlamentar vota de acordo com seu interesse. O que eu pretendo fazer, tenho conversado com o Parlamento também, é você fazer uma excelente reforma política para acabar com o instituto da reeleição, que no caso começa comigo, se eu for eleito, e diminuir um pouco – 15%, 20% – a quantidade de parlamentares”. O presidenciável ainda declarou, no contexto de uma eventual reforma, que o ideal seria “criar um sistema eletrônico de votação confiável, que possa ser auditável”. Sobre política econômica, afirmou que o Banco Central terá autonomia se ele vencer a eleição, mas não quis citar quem estaria à frente da instituição. “Não sei se o atual presidente (Ilan Goldfajn) vai ser mantido. Não sei se ele é um bom nome, quem vai ver isso é o Paulo Guedes”, disse ele, em referência ao economista responsável pelas propostas do PSL na área. O presidenciável, no entanto, voltou a citar nomes para o ministério de um eventual governo seu a partir de 2019. “O tenente-coronel da Aeronáutica Marcos Pontes está quase confirmado para a Ciência e Tecnologia”, disse. Pontes foi o primeiro astronauta sul-americano a participar de uma missão espacial, em 2006.

Estadão Conteúdo
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