19 de outubro de 2018 | 16:33

Manifestantes criticam propostas de Bolsonaro para meio ambiente

brasil

Ambientalistas, profissionais da área ambiental e integrantes do movimento indígena realizaram hoje (19), em Brasília, um protesto contra propostas e declarações do candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL), que os manifestantes classificam como ameaças à democracia e à preservação dos recursos naturais do país. Segundo os organizadores, 300 pessoas participaram do ato. A Polícia Militar estimou 70 pessoas. O diretor adjunto da Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema), André Jardim, disse que a mobilização teve como propósito a defesa da causa ambiental, o que pressupõe a manutenção de instituições que compõem o Sistema Nacional de Meio Ambiente, como os órgãos estaduais e municipais, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que foram chamados, recentemente, por Bolsonaro, de “indústria de multas”. Para o capitão reformado, fiscais dos dois órgãos estariam impondo injustamente penalidades a autuados por crimes ambientais. Outra pauta dos manifestantes é sobre a unificação dos ministérios do Meio Ambiente e o da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, proposta pelo candidato. Jardim esclarece que os ambientalistas não se opõem a uma interlocução entre os ministérios. “Essa integração sempre foi defendida por ambas as pastas. Nunca a gente foi contra a integração. A gente reconhece a importância de fazer políticas conjuntas. Entretanto, pelas suas próprias peculiaridades e pela abrangência das agendas dessas pastas, cada um tem que ter sua autonomia. Eles têm que continuar existindo por si só. E a fusão, pelo porte do Ministério da Agricultura, faz com que o do Meio Ambiente se subjugue a ele”, afirmou. Analista ambiental do MMA, Jardim destacou ainda que uma eventual saída do Brasil do Acordo de Paris – tratado mundial de redução da emissão de gases estufa -, também pretendida por Bolsonaro, representará um grave retrocesso. “A adesão a esses acordos e convenções internacionais é importantíssima porque facilita a mobilização de organismos internacionais e de outros países preocupados com o meio ambiente em pressionar o governo brasileiro [a olhar] para a causa ambiental.”

Agência Brasil
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