12 de outubro de 2018 | 17:49

Conceição Evaristo discute produção literária feminina em diálogo com público da Flica

bahia

Em uma roda de diálogo sobre literatura, gênero e política, a escritora mineira e grande homenageada da 8ª edição da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica), Conceição Evaristo, se reuniu com o público nesta sexta-feira (12). Promovido pela Secretaria de Políticas para as Mulheres do Estado (SPM), o encontro teve a participação da professora Mary Castro, da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais. Com discurso firme sobre as dificuldades encontradas por mulheres negras, em especial no campo literário, Conceição aproveitou para destacar a importância da discussão com o público da Flica. “Viver sob uma ameaça é resistência e insistência, pelo menos para nós, afro-brasileiros. E isso já faz parte da nossa história. Eu me lembro que quando a gente discutia, tempos atrás, que o Brasil estava em uma situação de crise, eu também pensava que nós, afro-brasileiros, sempre enfrentamos a crise desde cedo. Todo o nosso processo histórico foi de resistência também. Eu acho que a gente já está calejado e consegue encontrar caminhos”, refletiu. A escritora ainda acrescentou que gosta “muito da metáfora do quilombo, porque ele nunca foi a certeza da liberdade, mas, antes de tudo, foi a luta pela liberdade, foi a resistência e a esperança. Neste momento, a gente não tem a certeza de nada. A única certeza que temos é de que é necessário continuar insistindo e na resistência”. A secretária de Políticas para as Mulheres, Julieta Palmeira, mediou o encontro e aproveitou para ressaltar a representatividade da escritora mineira. “A visibilidade das mulheres na literatura é uma questão muito fundamental. Discutir a falta de visibilidade das mulheres na literatura é importante para nós, enquanto secretaria. Nós temos que retratar a realidade e, neste momento atual, consideramos que sublinhar isso no âmbito da literatura é importante para empoderar as mulheres”, destacou.

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