Foto: Divulgação/Arquivo
O vice-prefeito Bruno Reis, que, ao que os sinais começam a indicar, deve ser o candidato de ACM Neto em 2020 18 de outubro de 2018 | 08:18

Com antecedência, Neto sinaliza para Bruno, por Raul Monteiro*

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Para quem ainda duvidava de que o vice-prefeito Bruno Reis (DEM) é o candidato de ACM Neto (DEM) à própria sucessão, em 2020, a resposta veio esta semana, de forma clara e audível para todos os seus auxiliares. Durante uma solenidade da Prefeitura, Neto anunciou que a partir daquele momento Bruno deixaria a articulação política do governo e passaria a se dedicar integralmente à coordenação de todos os projetos sociais executados hoje pelo executivo municipal. Falta apenas definir sob qual rubrica as atividades ficarão.

O prefeito e o vice ainda discutem se cabe a criação de uma secretaria especial para abrigar os projetos ou sua reorganização sob a já existente pasta da Ação Social, que foi comandada por Bruno até a sua escolha para candidato a vice, ou ainda se eles podem ser tocados pelo auxiliar diretamente da própria vice-prefeitura. Em todo o caso, a definição só obedece a uma questão de ordem burocrática, já que o propósito final é dar ao vice a visibilidade necessária a reforçar a naturalidade de sua candidatura à Prefeitura daqui a dois anos.

Antes de assumir as novas responsabilidades, Bruno deve fazer uma viagem internacional de um mês a partir de novembro, possivelmente à Europa, onde pretende dar uma aprimorada no inglês e colher informações sobre projetos bem sucedidos nas área social e de economia criativa que possam inspirar experiências semelhantes em Salvador. E, a partir de sua chegada, deve montar uma agenda para acompanhar duas vezes por dia, no início da manhã e final da tarde, o início e a inauguração de obras que não possam ser acompanhadas diretamente pelo prefeito.

Ao empoderar o principal auxiliar com o propósito de fortalecê-lo política e eleitoralmente, Neto pretende ganhar tempo em relação ao governador Rui Costa (PT), adversário que saiu fortalecido com a reeleição de agora, sobre o qual já se disse que alimenta o sonho de derrotar seu candidato à Prefeitura como uma verdadeira obsessão, mas enfrenta a desvantagem de não ter a mesma habilidade política, possuir um grupo político grande e pertencer a um partido de regras internas rígidas, sobre os quais não é possível impor, com tamanha antecedência, o candidato de sua preferência para enfrentar o democrata.

Neste quesito, até aqui, ajudado também pela capacidade pessoal, um de seus traços políticos, Bruno tem tido enorme sorte, já que não surgiram condições para que ninguém, no grupo de Neto, conteste a legitimidade de sua postulação à sucessão do prefeito. Na perspectiva mais ampla do grupo, nomes que poderiam se animar para a mesma disputa, criando-lhe algum obstáculo foram, ao que parece, naturalmente tirados de cena nestas eleições, a exemplo dos deputados Antonio Imbassahy (PSDB), Tia Eron (PRB) e José Carlos Aleluia (DEM), todos derrotados nas urnas.

* Artigo do editor Raul Monteiro publicado na edição de hoje da Tribuna.

Raul Monteiro*
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