Foto: Reprodução/Facebook
Jair Bolsonaro, Dom Orani e Flavio Bolsonaro 19 de outubro de 2018 | 17:30

Bolsonaro assina compromisso pela ‘união entre homem e mulher’

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Mirando o eleitorado católico, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) assinou um termo de compromisso, no qual se compromete a promover ‘o verdadeiro sentido do Matrimônio, como união entre homem e mulher’; ‘a Família, constituída de acordo com o ensinamento da Igreja’; e a combater a ‘ideologia de gênero’. Elaborado pela organização Voto Católico Brasil, o texto tem levantado críticas nas redes sociais pela discriminação contra o casamento homoafetivo, aprovado no Brasil desde 2013 pelo Conselho Nacional de Justiça. No site oficial da organização, Bolsonaro posa ao lado do arcebispo do Rio, o cardeal Orani João Tempesta, enquanto entrega o documento com assinatura atualizada. Na última semana, ele já havia assinado uma primeira versão do documento, que precisou ser refeita por conter um erro ortográfico no nome do presidenciável. Em seu site, a Voto Católico Brasil se apresenta como um grupo sem ligações com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), formado por ‘leigos conscientes da dificuldade que o eleitor católico, por mais orientações que receba, tem de votar em bons candidatos’. A porta-voz do coletivo, Viviane Mota, afirmou ao Estado que não é possível revelar quem são os responsáveis pela organização, alegando que ‘a ação do site não é personalista, havendo um constante rodízio entre seus membros’. Indagada sobre a elaboração do termo de compromisso, ela disse que o texto foi produzido ‘por um colaborador do site que é advogado e aprovado pelos demais membros’. “Não temos ligação alguma com o candidato Jair Bolsonaro, nem o conhecemos pessoalmente. Todo o trabalho é feito de forma impessoal e suprapartidária, havendo critérios objetivos que devem ser atendidos para que o candidato seja divulgado pelo site”, afirmou Viviane. De acordo com ela, a iniciativa de procurar o candidato para a assinatura do termo de compromisso não partiu da organização: “Tomamos conhecimento da assinatura pelas redes sociais. Não havia nenhum membro da equipe no encontro, mas buscamos saber quem eram as pessoas que lá estavam e, conseguindo identificá-las, entramos em contato. Através delas, recebemos o documento assinado”. Na última terça, 16, Bolsonaro recebeu a visita do maquiador e influenciador digital Agustin Fernandez, que já havia sido hostilizado pelo candidato do PSL no passado. A aproximação foi encarada como uma tentativa de amenizar as declarações do candidato contra a comunidade LGBT na campanha para o segundo turno. A plataforma Voto Católico Brasil disponibilizou o mesmo termo de compromisso em seu site para que qualquer candidato a cargos eletivos no pleito deste ano pudesse assinar. O portal ainda disponibiliza o nome dos ‘candidatos que mais se aproximam das orientações da Igreja’ em cada uma das esferas de governo. Ao assinar o documento com reconhecimento de firma, o presidenciável do PSL busca atrair o voto de fiéis da Igreja. Segundo a última pesquisa Ibope/Estado/TV Globo, a aceitação de Bolsonaro é grande entre os evangélicos (66% dos votos contra 24% de Fernando Haddad, do PT). Já entre os católicos, a disputa é mais equilibrada: 48% declararam voto em Bolsonaro no contra 42% no petista. Nas eleições 2018, também assinaram o termo de compromisso da Voto Católico Brasil os candidatos a deputado federal Nilton Salomão, Eduardo Badu, Carlos Dias e Hugo Leal (RJ); Udson Soares, Paulo Fernando e Erich (DF); Eros Biondini (MG); Júlio Cesar (RS); e Joaquim Passarinho (PA). Além dos candidatos a deputado estadual Marcio Pacheco e Adenilson Honorato (RJ); Zé Alves (PA); e Flávia Camargo (SP).

Estadão Conteúdo
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