Foto: Fábio Motta / Estadão
Minas Gerais é o mais novo Estado na lista de inadimplentes que precisaram ter seus débitos honrados pelo Tesouro Nacional 18 de setembro de 2018 | 10:44

União banca R$ 2,8 bilhões de dívidas estaduais

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A União já precisou bancar neste ano R$ 2,8 bilhões em pagamentos devidos por Estados e municípios. Minas Gerais é o mais novo integrante na lista de inadimplentes. Em grave crise financeira, o Estado deixou de pagar dívidas com instituições financeiras em agosto, num total de R$ 135,88 milhões. Foi o segundo mês consecutivo de calote em contratos com garantia do Tesouro Nacional, o que levou o órgão federal a honrar os débitos no lugar do governo mineiro. O Estado começou a dar o calote no mês de julho. Até o momento, R$ 553 milhões deixaram de ser pagos pela administração estadual. O governador Fernando Pimentel (PT) tenta a reeleição neste ano e tem sido atacado pelos adversários por sua gestão nas contas do Estado. O quadro só não é pior porque o governo mineiro conta com a proteção de uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspende a cobrança de parte da dívida que o Estado tem com a própria União, o que proporcionou alívio de R$ 6,3 bilhões. Sem a liminar, Minas teria de desembolsar imediatamente mais de R$ 400 milhões, e o restante seria incorporado ao saldo devedor. Mesmo assim, a situação tem se agravado nos últimos meses. O governo mineiro já foi cobrado pela Justiça a devolver 323 veículos à montadora General Motors porque não efetuou o pagamento de R$ 24 milhões acertados na licitação. O Estado também deixou de repassar a bancos R$ 924 milhões que foram descontados dos salários de servidores para quitar parcelas de empréstimos consignados, segundo a agência Reuters. O secretário de Fazenda de Minas, José Afonso Bicalho, explicou à reportagem no mês passado que a frustração na arrecadação devido à greve dos caminhoneiros em maio havia comprometido a capacidade de pagamento das dívidas do Estado com os bancos, levando à inadimplência. A reportagem tentou ontem novo contato com o secretário, mas não teve resposta. A Secretaria de Fazenda informou por e-mail que o pagamento dos salários de agosto será feito em duas parcelas, a primeira já quitada na semana passada e a segunda a ser repassada até o fim de setembro. O órgão não comentou o calote na dívida, disse apenas que restam R$ 2 bilhões a vencer até o fim do ano.

Estadão
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