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Rui Costa e, ao fundo, seu articulador político, Jaques Wagner 27 de setembro de 2018 | 10:41

Praticamente reeleito, Rui tem duas metas eleitorais para depois do dia 7

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No grupo do governador Rui Costa (PT), há consenso de que, passado o dia 7 de outubro, quando o petista deve se reeleger no primeiro turno, como indicam as pesquisas, ele vai se concentrar em dois projetos.

O primeiro é o de ajudar na eleição de Fernando Haddad (PT) à Presidência da República, se o candidato for, também como indicado nas pesquisas, para o segundo turno.

A outra meta é colaborar na montagem de uma estratégia para que seu grupo conquiste a Prefeitura de Salvador, sob controle do adversário do DEM, ACM Neto, há seis anos.

Amigos dizem que o governador não está exatamente obsessivo com a idéia de destronar o democrata do espaço de poder mais valioso que a oposição domina hoje no Estado.

Mas não nega a correligionários que terá imenso prazer em ajudar a impedir ACM Neto de fazer o sucessor, colocando em sua conta uma nova derrota, na qual acha que naturalmente cairá a da atual sucessão estadual.

Para isso, junto com o ex-governador Jaques Wagner (PT), candidato a senador, Rui já teria dado sinais de que pretende reconstruir pontes com partidos que se tornaram adversários do PT nos últimos anos.

O MDB seria o principal deles. Buxixos sobre um almoço entre Wagner e o deputado federal Lúcio Vieira Lima, na semana passada, chegaram ao conhecimento deste Política Livre, mas o parlamentar nega, de pés juntos, o encontro.

Uma eventual aproximação com os emedebistas parte do pressuposto de que não há chance de o partido, que hoje tem quadros na Prefeitura, se entender eleitoralmente com o prefeito para a próxima sucessão municipal.

No processo de definição da candidatura das oposições ao governo, Lúcio teria se irritado profundamente com a pressão para que deixasse o MDB com o objetivo de que Neto se lançasse ao governo com o apoio da legenda.

O resultado é que, embora não dê palavra sobre o assunto, buscando se autopreservar até se reeleger, o emedebista estaria revoltado com o prefeito, seu vice, Bruno Reis, que migrou no período do MDB para o DEM, e o deputado federal João Gualberto, presidente do PSDB, aliado de primeira hora do democrata.

O tucano entrou no samba porque deu declarações, na época, dizendo que não aceitava de jeito nenhum o MDB numa aliança em apoio a Neto, no que foi interpretado por Lúcio como parte da mesma estratégia de pressão para sua saída do partido.

Era o momento da descoberta do bunker com os R$ 51 milhões atribuídos ao ex-ministro Geddel Vieira Lima, irmão de Lúcio preso até hoje por causa da fortuna encontrada pela Polícia Federal.

Outro partido que estaria na mira de Rui é o PRB, que tem duas cabeças na Bahia, a da deputada federal Tia Eron e a de seu colega Márcio Marinho.

Os dois têm forte influência no partido e praticamente dividem o seu comando, mas possuem relações distintas com a oposição e o governo.

Enquanto ela simpatiza com ACM Neto, de quem foi secretária na Prefeitura, ele prefere o governador, motivo porque poderia ser a ponte para um entendimento com os petistas com vistas às eleições para o Thomé de Souza, em 2020.

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