19 de setembro de 2018 | 15:15

“OMC nunca foi tão relevante”, defende diretor-geral

economia

O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, Roberto Azevêdo, enfatizou hoje (19) a necessidade de agir para resolver as tensões comerciais na comunidade internacional e disse que, independentemente da opinião que se tenha sobre a existência de uma possível guerra comercial entre Estados Unidos e China, “os primeiros tiros já foram dados, e não foram poucos”. Durante uma palestra na Casa da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Azevêdo defendeu reformas na entidade e alertou que o caminho adotado pelos dois gigantes econômicos mundiais é muito perigoso. “A organização nunca foi tão relevante como é agora e o próprio interesse dos líderes de falar da OMC, revigorar, mostra que a alternativa de um mundo sem OMC será um desastre total”, disse Azevêdo ao complementar: “Será um mundo de incertezas, unilateralismo, nacionalismo exacerbado e intolerância também. Isso vai afetar não só as relações econômicas e comerciais, mas terá um impacto nas relações políticas e estratégicas”. Ao responder perguntas dos jornalistas no fim do evento, Azevêdo afirmou que a tensão entre as duas potências é muito preocupante e pode escalar para outras áreas além da tarifária. Ele se recusou a citar alguma outra área que pode ser usada no impasse. “A área tarifária não esgota o potencial de tensão”, alertou. O diretor-geral da OMC também manifestou preocupação com a resistência dos Estados Unidos em liberar a nomeação de novos juízes no órgão de solução de controvérsias da organização. Segundo o diretor, se a postura se mantiver até o ano que vem, o órgão poderá ter menos de três juízes, o que traz o risco de que “perca sua efetividade”. O diplomata brasileiro afirmou que tem buscado estimular a conversa entre os membros e reforçar que a elevação da tensão estava prevista pela OMC quando alertou sobre as primeiras medidas tomadas contra o livre comércio. “A pergunta é: querem uma solução?”. Azevêdo ponderou que têm havido diálogo entre Estados Unidos e China, mas sem progressos.

Agência Brasil
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