18 de setembro de 2018 | 14:48

Líderes nas pesquisas preocupam, diz presidente da Mercedes-Benz no Brasil

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O presidente da Mercedes-Benz no Brasil, Philipp Schiemer, disse nesta terça-feira, 18, que está preocupado com os resultados das pesquisas eleitorais para presidente. Para ele, os candidatos que lideram as intenções de voto têm falado pouco sobre como pretendem adotar uma política econômica “consistente”, enquanto aqueles que se mostram menos competitivos são mais claros em relação a isso. “A Mercedes-Benz está há 61 anos e já viu muita coisa, como um regime militar e dois impeachments. O importante é que o próximo presidente traga estabilidade e uma política econômica consistente. Em relação a isso, pouco se sabe sobre os candidatos que lideram as pesquisas. Os candidatos que estão atrás têm programas mais claros. Estamos preocupados”, disse o executivo, sem citar nomes, em conversa com jornalistas, durante o Salão de Hanôver, a maior feira de veículos comerciais do mundo. Com a incerteza em torno da eleição, a Mercedes-Benz, que no Brasil é uma das líderes em produção e venda de caminhões, tem pouca clareza sobre como o mercado deve se comportar no ano que vem. “Se não estivéssemos passando por uma disputa presidencial, certamente teríamos um crescimento sustentável no ano que vem, porque os juros estão baixos e a frota está envelhecida, precisando de uma renovação”, disse o executivo. A depender da política econômica do próximo presidente, o real pode se desvalorizar ainda mais, provocando inflação e juros mais altos, alertou Schiemer. Com isso, o custo de produção sobe e a demanda por caminhões cai. “Mas eu ainda acredito que a responsabilidade vai prevalecer. Eu aprendi no Brasil que a esperança é a última que morre”, disse o executivo, que é alemão. Na visão do presidente da montadora, se o próximo governo não tirar as reformais fiscais do papel, o Brasil perderá importância e credibilidade no cenário internacional, se tornando menos atrativo para investidores. “Os líderes das pesquisas são candidatos que estão nos extremos. No fundo, isso não é bom, porque dificulta a pacificação”, disse.

Estadão Conteúdo
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