14 de agosto de 2018 | 09:19

Wagner revela discordâncias sobre estratégia do PT para presidência da República

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As constantes declarações do ex-governador Jaques Wagner discordando do calendário traçado pelo PT para a sucessão presidencial são exatamente isso: uma manifestação de discordância com relação a o que o partido pretende para as eleições de outubro.

Não é incorreto dizer que Wagner representa um grupo no PT cada vez mais ansioso com o atrelamento forçado entre a estratégia pensada para a candidatura do ex-presidente Lula, que envolve o seu registro na Justiça Eleitoral, em Brasília, apesar de o petista estar preso e dificilmente poder concorrer à luz da legislação brasileira, e o calendário eleitoral.

Estão neste time os governadores de Estado ligados à esquerda e ao PT, no qual perfila em posição de destaque Rui Costa, da Bahia. Para eles, principalmente para os que concorrerão à reeleição, é melhor ter o quanto antes o presidenciável do PT definido. Eles precisam de um nome a quem apoiar junto ao eleitor.

Precisam também assumir, de fato, a liderança sobre os partidos da base, onde se encontram muitas siglas ligadas a candidaturas presidenciais adversárias, o que esperar pelo destino de Lula, que muitos sabem já estar selado, não ajuda.

Não é por outro motivo que, para Wagner, se o PT quer realmente lançar o hoje vice, Fernando Haddad, à corrida presidencial, não pode continuar evitando assumí-lo como seu candidato. Os posicionamentos normalmente sensatos e cirúrgicos de Wagner, nem sempre compartilhados pela direção do PT, têm, normalmente, impacto na dinâmica partidária.

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