Foto: Divulgação/Arquivo
Governador Rui Costa bate na mesa 02 de agosto de 2018 | 08:22

Rui bate na mesa e fecha proporcional dos governistas, por Raul Monteiro*

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Se queriam puxar a brasa para suas respectivas sardinhas, deputados do PT, do PSD e do PCdoB tiveram que se contentar ontem com uma arbitragem executada pelo governador Rui Costa (PT) para a disputa das eleições proporcionais – de deputados federais e estaduais – que colocou a todos, conforme suas palavras, com 80% de chances de se reeleger. Ou seja, no grupo de Rui ninguém pode sair por aí dizendo que obteve vantagem maior do que o outro em seu projeto de renovar seu mandato ou de conquistar um pela primeira vez.

O primeiro partido da base que foi enquadrado foi o do próprio governador. Os deputados petistas chegaram a pensar em sair sozinhos, sem coligação, o que era a garantia de reeleição dos atuais e dos escolhidos pela legenda para se eleger pela primeira vez. Na reunião do Conselho Político em que o assunto foi pela última vez tratado, ontem, no entanto, ficou decidido que o PT vai liderar, para a disputa das vagas na Assembleia Legislativa, uma das três coligações com que as forças aliadas vão enfrentar as eleições estaduais de outubro.

A segunda coligação será liderada pelo PSD, do senador Otto Alencar, cuja força como organização partidária, que é do conhecimento de todos, ficou mais uma vez demonstrada na mesma reunião. A terceira vai reunir partidos menores, a exemplo do PTC, PSDC e PMN. Para a disputa das vagas na Câmara dos Deputados, os partidos maiores vão marchar todos juntos, abrindo espaço apenas para que duas coligações menores se formem em torno do Avante e do PDT, que pleiteavam a condição como forma de garantir a vitória de seus dirigentes.

Mesmo garantindo que, no plano da disputa à Assembleia, os partidos tenham a liberdade de escolher a coligação que mais lhe convenha, Rui deixou claro que seu objetivo será o de que as alianças saiam todas de forma equilibrada e que para tanto, se for necessário, vai arbitrar, até o final, as escolhas. O arranjo a que as agremiações chegaram no encontro de ontem com o governador levou em conta principalmente a inatualidade do chapão. Se todos os partidos saíssem juntos, de cara pelo menos 50 nomes seriam degolados.

Agora, a situação se suavizou de forma mais plana, tendendo, na visão do próprio governador, socializar ônus e bônus entre todos. É claro que a proposta sobre a qual ele bateu o martelo não deixou a totalidade dos presentes satisfeitos com o fato de o governador ter abertamente interferido na vida dos partidos. Mas Rui deixou claro que o esforço é necessário se a bancada governista quiser chegar ao patamar de 40 deputados na Assembleia e de 28 – das 39 vagas – na Câmara dos Deputados. É esperar para ver se ele realmente equacionou a questão.

* Artigo do editor Raul Monteiro publicado na edição de hoje da Tribuna.

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