16 de agosto de 2018 | 17:22

Propinas em vinho francês para Cabral chegavam ao Brasil em transporte refrigerado

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A Operação Golias, nova etapa da Lava Jato, deflagrada nesta quinta-feira, 16, afirma que o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) recebeu propina de R$ 6 milhões para a contratação do Prosper no processo de leilão do Banco do Estado do Rio de Janeiro (BERJ). A vantagem teria sido paga em dinheiro e também em vinhos importados. As bebidas chegavam da França e de outras praças ao Brasil ‘em transporte refrigerado’. A Procuradoria da República suspeita que o banqueiro Edson Figueiredo Menezes, ex-presidente do Prosper, acertou o pagamento da propina diretamente com Cabral. “Essas garrafas vinham de leilões internacionais. Eram adquiridas pelo Edson Menezes no mercado internacional e vinham em transporte refrigerado para o Brasil. Eram entregues, segundo o colaborador Carlos Miranda, na casa do Paulo Fernando Magalhães Pinto, que era um dos assessores do Sérgio Cabral”, afirmou a procuradora da República Fabiana Schneider, da força-tarefa da Lava Jato Rio. A Operação Golias mostra que parte das garrafas era destinada ao apartamento do Leblon, de Cabral, e parte ia para Mangaratiba, onde o ex-governador tinha uma casa de luxo. A investigação aponta que Cabral condicionou a realização do leilão do BERJ, somada à folha de pagamento dos servidores do Estado do Rio, à contratação do Prosper para recebimento de propinas. Em contrapartida, o ex-presidente do Prosper Edson Menezes, o ‘Gigante’, preso pela Golias nesta quinta, 16, faria pagamentos ao grupo do ex-governador em espécie e por meio da aquisição de vinhos de mais de mil dólares a unidade no mercado internacional. Em delação premiada, o operador Carlos Miranda contou que ‘Gigante’ passou a pagar propina por meio da entrega de vinhos por causa de ‘problemas jurídicos’ do Prosper. As bebidas eram pagas por meio de uma offshore, a Remo Investments Ltd, controlada por ‘Gigante’.

Estadão
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