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Bolsonaro, Alckmin, Marina e Ciro 17 de agosto de 2018 | 11:10

Presidenciáveis prometem ações emergenciais para combater desemprego

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Ao defender suas propostas para o combate ao desemprego, os candidatos à Presidência convergem pelo menos na necessidade de o País retomar a estabilidade econômica para garantir a abertura de novas vagas de trabalho. Os programas de governo registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) trazem menções ao equilíbrio fiscal e falam ainda em aumentar investimentos em educação técnica, para capacitação de mão de obra, e em obras de infraestrutura, como medida emergencial para reduzir a taxa de desocupação entre os brasileiros. Candidato do PDT, Ciro Gomes fala em alcançar o equilíbrio fiscal já nos primeiros dois anos de governo, caso seja eleito em outubro, enquanto Jair Bolsonaro (PSL) aposta na adoção completa de um “liberalismo econômico” para equilibrar as contas públicas. Já Geraldo Alckmin, do PSDB, fala em abrir a economia para fazer o comércio exterior representar 50% do PIB do País. Estreante na política, o candidato do Novo, João Amoêdo, sai em defesa do livre-comércio e da simplificação dos impostos para empreendedores. Os candidatos também citam planos “emergenciais” como forma de reduzir o desemprego. A intenção de investir em obras de infraestrutura, por exemplo, aparece nos planos do PT (que registrou a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato), da Rede (de Marina Silva) e do MDB (cujo candidato é o ex-ministro Henrique Meirelles). Há também foco na capacitação de mão de obra. Alvaro Dias, do Podemos, promete aliar desenvolvimento tecnológico e de educação como forma de encarar o desemprego. Alckmin propõe investir na qualificação técnica de jovens e parcerias com universidades; e Ciro vê necessidade de atuar na preparação dos desempregados. Candidato do PSOL, Guilherme Boulos propõe revogar integralmente a reforma das leis trabalhistas, em vigor desde 2017, fala em uma política de valorização de salário mínimo e promete fortalecer a organização sindical no País. Para o pesquisador de Economia Aplicada da Fundação Getúlio Vargas Fernando de Holanda Barbosa, os ajustes fiscais são o principal caminho para abordar o problema do desemprego. “O Brasil precisa mostrar um ambiente estável e que o descompasso fiscal tem alguma solução em vista. Se a economia não cresce, é difícil solucionar o problema do desemprego. Para isso, é necessário tomar uma série de medidas e fazer reformas”, disse ele. Barbosa critica as propostas “emergenciais” que consideram, como ponto de partida, o aumento de gasto público. “A solução não é tentar criar emprego a fórceps gastando dinheiro. Esse tipo de medida dura temporariamente, mas resolve só o curto prazo.” Professor da Universidade de São Paulo Ruy Braga, especialista em sociologia do trabalho, afirma que o desemprego precisa ser atacado por vários “ângulos”, além do viés econômico. “Temos de ter políticas para criação de novos empregos, mas também para absorver os milhões de trabalhadores que estão no subemprego. A questão é prioridade para as famílias.”

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