Foto: Divulgação/Arquivo
José Ronaldo se abraça à vice, Mônica Bahia, na convenção que homologou sua candidatura, na última sexta-feira 06 de agosto de 2018 | 18:23

Manutenção de Lázaro em chapa é o cúmulo da desmoralização para Ronaldo

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Na falta de uma imagem melhor, a de um cego em pleno tiroteio, completamente perdido, sem saber para que lado correr, se aplica integralmente ao candidato do DEM ao governo, José Ronaldo, depois da traição praticada pelo PSC, que inviabilizou a formação de um chapão entre os deputados que o apóiam.

Foi o democrata, contra todas as advertências, que bancou a indicação do deputado federal Irmão Lázaro, do partido, para candidato ao Senado em sua chapa. Na época, os mais preocupados com a “inocência” de Ronaldo, buscaram alertá-lo de que ele lidava com uma legenda inconfiável.

Mas algum gênio da lâmpada na equipe do candidato o convenceu de que, por ter mais de 15 milhões de seguidores numa rede social e cantar como um pássaro gospel, Lázaro era a salvação de todos os seus problemas eleitorais, como se uma campanha ao governo e outra coisa fossem a mesma coisa.

Ou como se, em condições normais, pudesse se resumir a um mero cálculo de transferência de votos uma luta que se trava com boas idéias num contexto favorável ou pelo menos um forte sentimento de mudança que um candidato a uma disputa majoritária precisa estimular e encarnar.

Para bancar sua tese de salvação com Lázaro à mão, o candidato do DEM chegou a romper um acordo com o PSDB, seu principal aliado. Passou a ser visto muito sorumbático como se, sem o Irmão na chapa, não tivesse mais o que fazer, senão aguardar a derrota.

Antes, no entanto, pelo que se comenta nos corredores do Palácio Thomé de Souza, berço do nascimento de sua candidatura, Ronaldo teria ameaçado renunciar à disputa. Lázaro virara uma obsessão. Feita a vontade de Ronaldo, o que ocorre? Ele dorme na sexta-feira com o cantor em sua chapa e acorda com o rompimento do acordo pelo PSC.

Agora, no cúmulo da desmoralização, todos aceitam que Lázaro permaneça na chapa, sob o argumento de que ele é gente boa, apesar da traição praticada pelo seu partido. Não poderia ser outro, senão de melancolia profunda, o clima, que já não era de muita animação, na campanha do candidato do DEM.

Ninguém confia em ninguém, muito menos em Irmão Lázaro, em relação a quem não se sabe até agora que nível de envolvimento teve na atitude do PSC, que saiu de canalha esperto na história, provando que esse negócio de cumprir acordo é coisa de otário. Que exemplo!

Tanto que já se fala que os deputados, maiores prejudicados com a implosão do chapão pelo PSC, não votarão em Lázaro para o Senado. É exatamente assim que Sinhá Lili toca na campanha de quem deveria ser o principal adversário do PT na Bahia.

Depois não queiram que o governador Rui Costa (PT), candidato à reeleição, parafraseando o ex-senador ACM, abra uma cerveja no varandão do Palácio de Ondina, sente, bata no peito e diga, no íntimo: – O problema não é que eu sou um gênio, mas os outros é que são muito ruins!

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