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Irmão Lázaro permaneceu na chapa, mas completamente esvaziado 07 de agosto de 2018 | 17:45

Lázaro sabia que PSC romperia acordo; apoio a ele no grupo de Ronaldo foi à lona

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Apesar de ter dito aos colegas que o procuraram pedindo explicações de que fora tão surpreendido quanto eles com a decisão do PSC, seu partido, de romper o acordo pelo qual integraria o chapão em troca de sua indicação ao Senado na chapa do candidato a governador do DEM, José Ronaldo, o deputado federal Irmão Lázaro soube da operação desde o seu início e não fez objeção a que acontecesse.

Quem revela são os representantes do PTB e do Solidariedade que negociaram com o PSC a formação da chapinha, abandonando a proposta do chapão. Segundo contou um deles ao Política Livre, Irmão Lázaro não só tomou conhecimento de que o partido romperia o acordo para formar o chapão, como em nenhum momento se opôs à articulação dos dirigentes da agremiação, Eliel e Heber Santana, pai e filho.

Segundo se comenta, a formalização da chapinha viabiliza a eleição do deputado estadual Heber Santa à Câmara Federal, projeto que estaria comprometido se o PSC permanecesse no chapão. A deputados que o procuram pedindo explicações sobre o que acontecera, Irmão Lázaro disse, no entanto, que não sabia de nada e chegou a admitir que perdera as condições de permanecer como candidato ao Senado na chapa de José Ronaldo.

Apesar de muitos políticos considerarem o PSC um partido inconfiável, motivo porque o candidato a governador do DEM foi aconselhado a não fechar o acordo com a legenda, alguns parlamentares se surpreenderam com a atitude de Eliel Santana. Um deles chegou a contar ao Politica Livre que o considerava um homem de palavra. “O desespero pela eleição do filho deve ter falado mais forte”, disse.

Apesar de ter descumprido o acordo, o PSC saiu no lucro porque, além de não ter se submetido ao chapão, ainda manteve Lázaro na chapa. O prefeito ACM Neto (DEM), um dos articuladores da candidatura de José Ronaldo, defendeu a permanência do deputado-cantor como candidato a uma das vagas ao Senado por achar que sua saída poderia provocar uma grande desorganização política no grupo.

Agiu rápido para evitar a pressão dos deputados, que passaram a exigir a indicação do seu ex-chefe da Casa Civil, João Roma, para o lugar de Lázaro como forma de diminuir a concorrência pelas vagas na Câmara Federal. A eleição de Roma é prioritária para o prefeito. A situação toda provocou uma revolta nos deputados da base contra o PSC e Lázaro, que viu o apoio que teria para concorrer ao Senado no grupo escorrer pelo ralo.

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