29 março 2024
Apesar da merecida enquadrada que a jornalista Renata Vasconcelos deu em Jair Bolsonaro durante a sabatina de ontem à noite, os âncoras do Jornal Nacional tiveram desempenho sofrível durante a entrevista com o presidenciável do PSL.
Confiaram demais no próprio taco e mostraram, principalmente, que não se prepararam para enfrentar um candidato que não respeita valores e estava ali fundamentalmente para jogar para uma platéia que goza com seu estilo autoritário.
O principal erro de Willian Bonner e de sua parceira de bancada foi achar que mostrar que Bolsonaro é um tosco seria o suficiente na sabatina. Esqueceram que o presidenciável chegou determinado a ridicularizá-los e obteve sucesso.
Deveriam ter atentado para a personalidade malandra de Bolsonaro, daquele tipo que, como ele assumiu na entrevista, não foi pego na Lava Jato porque pertence ao time do baixo clero a quem os governos nunca precisaram prestigiar com benesses.
Tivessem consciência de que lidavam com uma fera, não a teriam cutucado com vara curta ou achado que conseguiriam constrangê-la ao confrontá-la com suas frases estapafúrdias ou suas incoerências, como fizeram no dia anterior com o presidenciável Ciro Gomes (PDT).
Ao subestimar Bolsonaro, a Rede Globo, como qualquer veículo de comunicação importante, subverteu seu próprio papel de mostrar ao telespectador o seu despreparo na sua inteireza e com que tipo de personalidade política perigosa estava lidando.
Definitivamente, Bolsonaro, com os absurdos que professa e seu exasperante desprezo pela democracia, único valor que ainda pode efetivamente justificar a escolha de se viver neste neste país, não é para amadores.