Foto: André Dusek/Estadão
O vice-governador de Minas Gerais, Antônio Andrade (PMDB) 17 de julho de 2018 | 19:45

MDB mineiro marca convenção para 5 de agosto

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Na primeira reunião após a dissolução do presidente do diretório do MDB de Minas Gerais, o vice-governador Antônio Andrade, a diretoria provisória decidiu pela realização da convenção estadual no dia 5 de agosto, data limite permitida pela Justiça Eleitoral. A escolha permite ao partido negociar até a última hora qual posição irá tomar nas eleições estaduais deste ano. Nesta terça-feira, 16, Andrade foi destituído do cargo pelo presidente nacional do MDB, após um movimento de parlamentares do partido que resultou na renúncia da maioria dos delegados do partido no Estado — condição prevista no estatuto do partido que permite a dissolução do diretório. Segundo o novo presidente do MDB mineiro, deputado Saraiva Felipe, o objetivo principal da legenda no Estado é eleger o maior número possível de parlamentares e, para isso, abriu negociação com os principais pré-candidato ao governo, desde o governador Fernando Pimentel (PT) ao senador Antonio Anastasia (PSDB). Enquanto negocia com as pré-campanhas, o MDB de Minas mantém o discurso de que vai lançar candidatura própria. “Nós não estamos desfazendo a possibilidade de candidatura própria. Mas isso tem que nos dar a perspectiva de adensamento do próprio partido e de outras forças políticas”, afirmou Felipe. O parlamentar não negou que a medida de dissolver o partido foi tomada visando a “sobrevivência” da atual bancada. O presidente da comissão disse ainda que a manobra não foi uma intervenção do diretório nacional e uma auto-dissolução. Além disso, o deputado disse que aliados de Antônio Andrade estarão junto com nova direção da legenda. “Nós temos condições de aglutinar a grande maioria do partido conforme os rumos que vamos tomar”. “O MDB continua com a candidatura própria, mas obviamente trazendo partidos, conversando não só com o PT, mas com todos os outros partidos, para saber o que é melhor para Minas Gerais”, reforçou o deputado estadual Tadeu Martins, um dos membros da comissão provisória. Além de Felipe e Martins, a comissão provisória também é formada pelo deputado estadual João Magalhães, como tesoureiro, os deputados federais Leonardo Quintão e Newton Cardoso Jr e os deputados estaduais Iran Barbosa e Leonídio Bouças como membros. Por meio de nota, o vice-governador Antônio Andrade prometeu questionar a decisão na Justiça. O ex-presidente do diretório do MDB em Minas Gerais classificou a manobra como “trama ardil autoritária e antidemocrática” e disse que só atende a interesses pessoais visando “obter vantagens nas eleições, mesmo que para isso tenha que se unir ao PT”. Correndo por fora, o pré-candidato do DEM ao governo de Minas Gerais, Rodrigo Pacheco, afirmou nesta terça-feira que gostaria de ter o apoio do MDB em sua coligação. Ex-membro do partido, o deputado federal preferiu não comentar sobre a crise interna do diretório estadual emedebista e declarou que sempre teve conversas com as lideranças dos “grupos antagônicos” do MDB. “Meu grande desejo em relação ao MDB é ter o apoio da base do partido no interior. É uma capilaridade muito grande no Estado. Eu gostaria de ter sim junto comigo. Mas respeito se houver outro caminho que o partido decidir”, afirmou Pacheco, em um evento para prefeitos da Região Metropolitana e Municípios Mineradores de Minas Gerais que aconteceu na Prefeitura de Belo Horizonte.

Estadão Conteúdo
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