Foto: Dida Sampaio/Estadão
O pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, Geraldo Alckmin 20 de julho de 2018 | 19:30

Com aliança Centrão-Alckmin e cenário externo, dólar cai e Bolsa fecha em alta

economia

O dólar teve forte queda ante o real nesta sexta-feira, 20, terminando o dia em baixa de 1,70%, cotado a R$ 3,7768, a menor desde 25 de junho. O resultado refletiu o otimismo dos investidores com o apoio do chamado “Centrão” à candidatura do tucano Geraldo Alckmin à Presidência. Com esse resultado, a moeda americana se desvalorizou 1,89% nesta semana, a terceira sem intervenções do Banco Central no mercado. O Ibovespa, principal índice do mercado acionário, também se beneficiou do noticiário político. Ainda que a aliança deva ser oficializada apenas na próxima quinta-feira, a notícia contribuiu para diminuir a cautela dos investidores, diante de um cenário anterior em que os candidatos não reformistas mostravam mais força. O ínidice fechou em alta de 1,40%, aos 78.571,29 pontos. O bom desempenho garantiu a alta de 2,58% nesta semana. A sinalização de apoio dos partidos do Centrão (PR, PP, DEM, Solidariedade e PRB) à pré-candidatura do tucano Geraldo Alckmin continuou como o principal fator positivo nas mesas de negociação. O cenário externo também contribuiu, uma vez que a moeda americana se enfraqueceu ante outras divisas, ainda como reflexo das manifestações do presidente americano, Donald Trump, contra as elevações de juros do Federal Reserve. O dólar já abriu em queda ante o real e chegu a cair 2,18%, a R$ 3,7585 na mínima. “O apoio do Centrão a Alckmin tem dois significados importantes para o mercado. O primeiro é o fortalecimento da candidatura do ex-governador, que ainda não se sabe se será suficiente para alavancar votos. O segundo, talvez até mais importante, é o enfraquecimento da candidatura de Ciro Gomes, que por si só já é algo visto como positivo”, disse Hideaki Iha, operador da Fair Corretora. A oficialização do acordo com o Centrão está prevista para acontecer na próxima semana. No entanto, dirigentes do bloco de partidos já trataram Alckmin como presidente durante o evento de oficialização do deputado Rodrigo Garcia (DEM) como vice do tucano João Doria, na disputa ao governo de São Paulo. O nome do empresário Josué Gomes (PR) foi exaltado durante o evento para ser vice na chapa do ex-governador. Para José Faria Junior, diretor da Wagner Investimentos, a notícia do apoio do Centrão é muito boa para Alckmin, pois desidrata Ciro Gomes, que teve sua candidatura lançada hoje pelo PDT, sem anúncio de coligações. Em relatório, ele ressalta que o tucano terá praticamente a metade do tempo de rádio e TV e maior capilaridade, com o apoio de mais de 160 congressistas, além de prefeitos, vereadores e governadores de estado. “Pelo jeito, mais uma vez teremos PSDB x PT”, disse o profissional, levando em conta que Marina Silva (Rede) e Bolsonaro (PSL) também terão pouco tempo na TV. Apesar da melhora de humor dos investidores, os analistas ainda veem momentos de instabilidade pela frente. “É uma reação positiva a uma notícia importante, mas é algo pontual. Teremos períodos de forte volatilidade e, conforme o noticiário político, o dólar pode voltar rapidamente aos patamares de dias atrás”, disse Iha, da Fair Corretora. Na semana, o Ibovespa teve valorização de 2,58%. Nesta sexta, os papéis da Petrobrás fecharam em alta de 4,84% (PN) e 2,54% (ON). Banco do Brasil foi outro destaque com as ordinárias ganhando 5,30%. Também as ações da Eletrobrás subiram 5,63% e 4,92% ON e PNB, respectivamente. De acordo com a B3, os investidores estrangeiros ingressaram com R$ 530,689 milhões no pregão da última quarta-feira, 18. Com isso, foram oito pregões consecutivos de entradas levando o saldo mensal para R$ 4,501 bilhões. No entanto, no acumulado do ano, o volume de capital de não-residentes na bolsa segue negativo em R$ 5,446 bilhões.

Estadão Conteúdo
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