Foto: Dida Sampaio/Estadão
16 de junho de 2018 | 09:43

‘Lula disse que Jacó não queria vender o sítio’, diz Padilha

brasil

Como testemunha de defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do sítio de Atibaia, o ex-ministro das Relações Institucionais no governo Lula e da Saúde de Dilma, Alexandre Padilha, relatou ao juiz Sérgio Moro nesta sexta-feira, 15, que Lula e Marisa tinham bastante interesse em comprar o sítio. O dono do imóvel, Jacó Bittar, no entanto, não queria vendê-lo. Para a defesa, o testemunho reforça a tese de que a área não pertencia a Lula e sim à família Bittar, de quem o ex-presidente era próximo, segundo relatos do processo.Neste processo, Lula é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Em outra ação, do triplex do Guarujá, Lula pegou 12 anos e um mês de reclusão, pelos mesmos crimes.Em visita ao ex-presidente e dona Marisa, em fevereiro de 2014, no apartamento do casal em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo), Padilha conta que a ex-primeira dama demonstrou interesse em comprar o sítio de Atibaia. “Marisa disse que estava insistindo com Lula em comprar o sítio de Jacó.” No entanto, conforme aponta o ex-ministro, Lula comentou em um dos eventos de campanha de Padilha ao Governo do Estado de São Paulo, também em 2014, que não havia conseguido comprar o local. “Lula disse que Jacó não queria vender o sítio.”. Padilha afirma que as famílias Lula e Bittar eram bastante próximas e presenciou diversas reuniões informais entre eles. O político conta que das três vezes que foi ao sítio em 2013, apenas em uma delas Lula e Marisa não estavam. O ex-ministro também esclarece que em todas as vezes quem o convidou foi Fernando ou Kalil Bittar. “O Fernando Bittar estava em todas a vezes que fui lá e Sr. Jacó estava lá em uma das vezes.” Alexandre teve o primeiro contato com família quando estudava na Unicamp, segundo ele.Também questionado pela acusação sobre as relações de Alexandrino de Alencar, ex-executivo da Odebrecht e delator do caso, com o ex-presidente e o Partido dos Trabalhadores (PT), Padilha afirma que existia proximidade no que diz respeito ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), no qual muitas companhias faziam parte. “Todas as empresas tinham relações institucionais com o governo e ele era o representante da Odebrecht.”

Estadão
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