Foto: Igo Estrela / Metrópoles
O senador Aécio Neves (PSDB-MG), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o presidente Michel Temer se encontraram em Brasília, em reunião fora da agenda oficial 23 de junho de 2018 | 07:25

Em jantar, Maia, Temer e Aécio discutem candidatura tucana

brasil

A possibilidade de substituir Geraldo Alckmin por João Doria na chapa presidencial do PSDB nas eleições 2018, unindo o MDB e o DEM em torno desse novo candidato, foi o principal assunto de um jantar promovido na residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na noite desta quinta-feira, 21. O encontro, que teve Maia como anfitrião, reuniu o presidente Michel Temer, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco. Apesar de acertada há alguns dias, a reunião não constava da agenda oficial nem de Temer nem de Maia. O Estado apurou que foi feita ali uma avaliação de que Alckmin, estagnado nas pesquisas de intenção de voto, não consegue empolgar e, se nada for feito, o chamado centro político estará fora do segundo turno da disputa. O governo, a cúpula do MDB e setores expressivos do DEM têm simpatia por Doria. A conversa não foi conclusiva, mas serviu para medir a temperatura da disputa, a menos de quatro meses da eleição. Na prática, todos queriam montar o xadrez e saber com quais aliados poderiam contar e quem seria o vice se a chapa fosse liderada por Doria, que tem negado a possibilidade de disputar à Presidência. O pré-candidato do MDB ao Palácio do Planalto é o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, que até hoje está estacionado em 1% das intenções de voto. No diagnóstico do governo, porém, ele não conseguiu “desencarnar” do posto de chefe da equipe econômica nem vestir o figurino de candidato. Maia, por sua vez, já disse que abrirá mão de sua candidatura, em julho, para avalizar um nome capaz de vencer os extremos de direita e de esquerda. O problema é que, no seu diagnóstico, esse concorrente ainda não apareceu. O receio do grupo é de que o deputado Jair Bolsonaro (PSL), considerado de extrema direita, vá para o segundo turno com algum concorrente do campo da esquerda, seja ele Ciro Gomes (PDT) ou um indicado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – caso o petista, preso, seja barrado pela Lei da Ficha Limpa. Os rumores sobre uma possível troca de Alckmin não são de hoje, mas, nos últimos dias, Doria acelerou sua campanha ao Palácio dos Bandeirantes. Conquistou o apoio do PP e do DEM, que deve indicar o deputado federal Rodrigo Garcia (SP) para vice da chapa. Além disso, está oferecendo uma das vagas ao Senado a Paulo Skaf, hoje pré-candidato do MDB ao governo paulista.

Estadão
Comentários