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O ex-prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo, deve ser escolhido candidato único ao governo das oposições 21 de maio de 2018 | 08:29

Processo de unidade avança entre oposições, por Raul Monteiro*

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O prefeito ACM Neto (DEM) deve celebrar no mais tardar esta semana a construção da unidade das forças oposicionistas entre o seu partido e o PSDB. Desde que desistiu de se candidatar ao governo, Neto apresentou para sucedê-lo na disputa o ex-prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo, trabalhando intensamente para que ele unificasse os partidos de sua base em torno de si. Pouco mais de um mês depois de sua importante decisão, da qual muitos dos seus aliados ainda tentam se recuperar, o prefeito vai, pela primeira vez, poder comemorar seu primeiro resultado.

Tudo indica que o tucano João Gualberto, que segurou com garra até agora a pré-candidatura ao governo em seu partido, vai desistir da disputa sob o argumento verdadeiro da defesa da unidade, e anunciar seu apoio ao pré-candidato do DEM. É possível dizer, sem risco de erro, que o jogo começa agora para Ronaldo, embora a eleição seja, no entanto, um outro processo, muito mais difícil, cuja disputa vai depender de inúmeros fatores, entre os quais sua capacidade de articulação, uma vez que vai enfrentar um adversário favorito e no pleno comando da máquina estadual, o governador Rui Costa (PT).

Se resolve a questão da unidade em torno do cabeça de chapa, o virtual apoio do PSDB ao pré-candidato do DEM, as duas mais importantes legendas do grupo, não define automaticamente o nome dos demais membros do time com que Ronaldo vai partir para o confronto com o PT em outubro, embora o transforme naturalmente num pólo de aglutinação na direção do qual as demais legendas oposicionistas deverão marchar. A exceção é o pré-candidato tucano ao Senado Jutahy Magalhães Jr., figura de grande estatura tanto política quanto moral essencial ao projeto do democrata de buscar o voto mais qualificado na sociedade baiana cuja posição já está igualmente consolidada na chapa.

Restam, portanto, ainda duas vagas a serem preenchidas, uma outra de senador e a do candidato a vice. É em torno delas que o time de aliados do prefeito deve agora se debruçar ou mesmo abrir disputa, como a registrada na semana passada entre o PRB e o PSC para o Senado. O primeiro partido defende o nome da vereadora em Salvador Ireuda Silva para a posição, enquanto o PSC diz que não abre mão de ver concorrendo o hoje deputado federal Irmão Lázaro, cujas posições religiosas mais radicais e preconceituosas tornam, no entanto, sua eventual indicação mais difícil.

A outra posição disponível em torno da qual os partidos que apóiam o prefeito devem iniciar negociações depois que o PSDB formalizar a aliança com o DEM é a de vice. Embora poucos nomes tenham manifestado publicamente interesse na vaga até agora, o estágio em que a campanha entra no plano oposicionista depois da declaração de unidade de tucanos e democratas produzem como consequência natural tratativas em torno da escolha de seu representante. Por enquanto, no entanto, as especulações levam a crer que será alguém da cozinha do prefeito ACM Neto.

* Artigo do editor Raul Monteiro publicado originalmente na Tribuna.

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